Repórter Ceará
Farias Brito, localizado na região do Cariri, registrou, no intervalo entre as 7h desta quarta-feira, 05, e as 7h desta quinta-feira, 06, a 2ª maior chuva da sua série histórica de dados e ainda a 3º maior de 2018. Conforme a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a maior precipitação deste município foi registrada em fevereiro de 2014, com 182 milímetros. A água invadiu casas, a praça da cidade e também deixou animais mortos, como dezenas de galinhas que estavam em uma propriedade.
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Além do acumulado em Farias Brito, que também foi o maior no intervalo citado de 24 horas, outros municípios registraram chuvas intensas como em Tauá (125 mm), Quiterianópolis (100 mm), Campos Sales (92,5 mm) e Novo Oriente (75 mm). No total, a Funceme aponta precipitações em mais de 90 municípios. Os dados são parciais e podem ser acompanhados pelo Calendário de Chuvas.
As chuvas deste início de Pré-Estação Chuvosa têm sido associadas, principalmente, à interação dos sistemas que costumam atuar neste período: Cavado de Altos Níveis (CAN), Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) e Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Neste momento, somente os dois últimos estão em vigência.
Desde a manhã desta quinta, os radares meteorológicos mantidos pela Funceme indicam continuidade das chuvas no Centro-Sul e no Litoral, principalmente o Pecém e Fortaleza. Conforme os meteorologistas do órgão estadual, pelo menos até o próximo sábado (8), o Ceará terá nebulosidade variável com eventos de chuva em todas as regiões.
Aporte
Apesar da possibilidade de chuvas fortes, como os registros no intervalo das últimas 24 horas em Farias Brito, Tauá e Quiterianópolis, geralmente tais precipitações não costumam contribuir tanto para o aporte dos açudes, o que reforça a necessidade do uso consciente da água. Neste momento, o Ceará tem 101 açudes com volume abaixo dos 30%.
“Dezembro que tem uma média estadual baixa, sendo de 31,6 milímetros. Já em janeiro tivemos exemplo, histórico, de aporte muito significativo, em 2004, quando as chuvas sobre o Estado ultrapassaram em 311% a média estadual. Mas casos desse tipo não são frequentes. As médias de dezembro e de janeiro, quando alcançadas, representam aporte muito pequeno”, reforça Fritz.
Durante a Pré-Estação Chuvosa, os municípios do Cariri costumam ser os mais beneficiados com as chuvas. A média histórica da região começa a crescer a partir de novembro. Já neste mês de dezembro ,com 68 milímetros, ela já é a maior do estado por influência dos sistemas frontais que chegam no sul do Nordeste como a ZCAS e a ZCOU.
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