Ciência revela por que é impossível ficar indiferente ao choro de um bebê

Publicado em 17/09/2025, às 21h47
- Foto: Ilustrativa/Freepik

Revista Crescer

Quem já ficou perto de um bebê chorando sabe: é impossível ignorar. Mas agora a ciência mostra que essa reação vai muito além da sensação de incômodo ou do instinto de ajudar. Nosso corpo, literalmente, muda de temperatura.

Pesquisadores descobriram que ouvir o choro de um bebê em sofrimento ativa o sistema nervoso autônomo — aquele responsável por funções involuntárias como respiração e digestão. O resultado? O rosto de quem escuta fica visivelmente mais quente.

O choro é, afinal, a principal forma de comunicação dos bebês. Quando estão angustiados, eles contraem a caixa torácica e soltam o ar em alta pressão, fazendo as cordas vocais vibrarem de forma caótica. Esse efeito, batizado pelos cientistas de “fenômenos não lineares” (PNL), cria sons desarmônicos, difíceis de ignorar — e que acionam imediatamente a atenção dos adultos.

Para entender esse impacto, os pesquisadores reproduziram 23 gravações diferentes de choros para 41 homens e mulheres sem experiência em cuidados infantis. Enquanto ouviam, câmeras de infravermelho monitoravam a temperatura de seus rostos. Depois, cada participante avaliava se o bebê parecia estar apenas desconfortável ou em dor.

O resultado foi claro: quanto mais intenso e caótico o choro, maior a elevação da temperatura facial — em homens e mulheres. “Os fenômenos não lineares presentes no choro modulam a resposta térmica facial dos ouvintes, independentemente do sexo”, escreveram os autores.

Apesar de o estudo ter sido feito com pessoas sem contato direto com bebês, os achados levantam possibilidades interessantes: será que pais, mães e cuidadores teriam respostas diferentes? No futuro, compreender esse efeito pode até ajudar novos pais a interpretar melhor os sinais do filho — ou identificar quais cuidadores têm maior sensibilidade às necessidades do bebê.

Uma coisa já ficou provada: por mais que a gente tente ignorar, o corpo não mente. O choro de um bebê mexe com todos nós.

 

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Pedreira da Ilha de Páscoa dá pistas de estátuas enigmáticas dos polinésios Novo estudo sugere que neandertais canibalizavam mulheres e crianças forasteiras Cientistas alertam para poderes de 'armas-cerebrais' que podem controlar memória, percepção e comportamento Estudo investiga o potencial de microdoses de cannabis no tratamento de Alzheimer em idosos