Cientistas conectam cérebro humano à internet pela primeira vez

Publicado em 20/09/2017, às 17h11

Redação

Pesquisadores das escolas de biomedicina e engenharia da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, na África do Sul, revelaram um feito inédito nesta semana. Os cientistas dizem ter conseguido conectar um cérebro humano à internet pela primeira vez.

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O projeto, reportado pelo Medical Xpress, ganhou o nome de "Brainternet". O líder da pesquisa é o engenheiro Adam Pantanowitz, que, junto a um time multidisciplinar de cientistas, pretende acelerar a coleta de informações sobre o cérebro humano. Basicamente, a ideia é transformar o cérebro em um dispositivo de internet das coisas em estudos específicos.

O Brainternet funciona da seguinte maneira: um voluntário no estudo usou durante dias um headset sem fio de eletroencefalografia (EEG), fabricado pela norte-americana Emotiv, capaz de captar oscilações neurais, também conhecidas como "ondas cerebrais", isto é, as ordens que circulam de um lado para o outro no nosso cérebro.

O headset então transmite, sem fios, os dados captados para um Raspberry Pi, um minicomputador alimentado por uma bateria portátil e que, por sua vez, roda um software que interpreta esses dados. O Raspberry Pi é então ligado ao Wi-Fi e disponibiliza, em tempo real, todas as informações captadas das ondas cerebrais do voluntário em uma página da web.

O diferencial do estudo é que, neste caso, a comunicação entre o cérebro e a internet não é de via única. O site (Brainternet.me, que já está fora do ar), além de mostrar em tempo real a atividade em diferentes partes do cérebro, também permite certo nível de interatividade. É possível selecionar dados específicos de uma determinada ação, como "erguer o braço esquerdo". É o que se vê no vídeo logo abaixo, por exemplo, publicado pela equipe de Pantanowitz.

Por enquanto, o projeto é apenas uma prova de conceito e não tem como objetivo ser explorado livremente, e muito menos comercialmente. A expectativa dos pesquisadores, porém, é de que, no futuro, essa tecnologia acelere estudos sobre o cérebro humano, fornecendo uma interface de fácil acesso para cientistas do mundo todo estudarem, pela internet e em tempo real, as ondas cerebrais que comandam nossos pensamentos.

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