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Uma proteína descoberta por cientistas ingleses pode ajudar quem faz tratamentos para engravidar. A molécula, batizada de MAIA em homenagem à deusa grega da maternidade, consegue atrair os espermatozoides para o óvulo durante a fertilização. É o que aponta um estudo publicado na revista científica Science Advances, comandado pela Universidade de Sheffield, há duas semanas.
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Para realizar a pesquisa, foram feitos testes de laboratório com óvulos artificiais. Cada um deles tinha diferentes pedaços de proteína posicionados na superfície. Assim, seria possível que os espermatozoides se ligassem a essas moléculas.
Depois da remoção dos óvulos que não tinha se fundido com os espermatozoides, os pesquisadores identificaram que sobrava apenas a MAIA em todos eles. Assim, a proteína em questão foi aderida por todos os espermatozoides.
Quando o gene correspondente a essa proteína foi inserido em células humanas artificiais, foi possível receber os espermatozoides da mesma maneira que acontece no processo natural de fertilização.
'Preocupações éticas' - O professor Harry Morre, da Escola de Biociências da Universidade de Sheffield, apontou os benefícios da descoberta para eventuais avanços em tratamentos médicos. “A engenhosa técnica de fertilização artificial que nos permitiu identificar a proteína MAIA não apenas permitirá que os cientistas entendam melhor os mecanismos da fertilidade humana, mas também abrirá caminho para novas maneiras de tratar a infertilidade e revolucionar o design de futuros contraceptivos”, pondera o líder do estudo.
Em comunicado, Morre ressaltou também as dificuldades de estudar temas ligados ao assunto. “A infertilidade é inexplicável em mais da metade das pessoas que lutam para conceber naturalmente. O que sabemos sobre fertilidade em humanos tem sido severamente limitado por preocupações éticas”, destaca.
Agora, a equipe de pesquisa planeja analisar se os espermatozoides de indivíduos distintos se ligam a essa proteína de maneira diferente.
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