Redação
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Ao longo da sua carreira política, Ronaldo Lessa (PDT) fez valer um jeito impulsivo de ser, de não levar desaforo para casa e de dizer o que lhe vem à cabeça, sem avaliar as consequências no momento de agir.
Dessa forma, se notabilizou como oposicionista e de encarar desafios.
Assim foi em 1986, quando era deputado estadual e perdeu a reeleição ao resolver concorrer ao governo do Estado contra o sistema, que colocou em disputa o deputado federal Fernando Collor (eleito) e o senador Guilherme Palmeira.
Em 1992, já como vereador, era o favorito de uma grande aliança para ser o vice do senador Téo Vilela na disputa pela Prefeitura de Maceió contra o deputado estadual José Bernardes, que era apoiado pelo governador Geraldo Bulhões e pelo senador Guilherme Palmeira.
Na hora das definições, o também vereador Marcus Vasconcelos, então presidente do MDB em Maceió, jogou pesado: “Se eu não for o vice do Téo serei candidato a prefeito, para ganhar ou perder”.
Prevaleceu a vontade de Marcus e, sem ser vice de Téo Vilela nem tendo se preparado para a reeleição de vereador, a Ronaldo Lessa restou o desafio de ser ele próprio o candidato a prefeito.
Fez uma campanha sem recursos – era considerado o “candidato garçom” (não passava de 1O% nas pesquisas) – e, apurados os votos do primeiro turno, terminou em primeiro lugar, com José Bernardes em segundo e o favorito Téo Vilela derrotado.
No segundo turno ampliou a vantagem sobre Bernardes e se elegeu prefeito, com enorme diferença.
Da prefeitura saiu para o governo do Estado, em 1998, foi reeleito e, posteriormente, se elegeu seguidamente deputado federal e vice-prefeito de JHC, atual prefeito.
Como vice, Lessa teve um comportamento totalmente diverso do que costumava demonstrar até então – mais comedido nas declarações, paciente e até conciliador.
O “novo” Ronaldo Lessa foi convocado para vice-governador de Paulo Dantas em 2022, aceitou o convite e tem mantido essa postura diferenciada.
Ultimamente, seu nome chegou a ser citado como uma possibilidade da oposição para tentar evitar a reeleição do favorito prefeito JHC, já que aparentemente o MDB dos Calheiros não tem ninguém competitivo para a árdua missão.
Tanto bastou para ser alvo de críticas contundentes do advogado Heth César Oliveira, ex correligionário de PDT, através de um vídeo divulgado nas redes sociais.
Qual será a reação de Ronaldo Lessa a partir dessas imputações: o impulsivo do passado ou o comedido do presente?
As próximas horas vão nos proporcionar o resultado.
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