Como seu corpo escolhe o parceiro sexual ideal sem que você perceba

Publicado em 24/10/2016, às 22h21

Redação

O desejo que sentimos por alguém do sexo oposto, e que as vezes é avassalador, pode estar relacionado com um termo médico nada sexy - o antígeno leucocitário humano (na sigla em inglês HLA). Em outras palavras, a explicação para essa atração sexual estaria no nosso sistema imunológico.

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Um estudo publicado na revista científica Nature chegou à conclusão de que procuramos parceiros sexuais que tenham HLA muito diferente do nosso próprio.

O HLA também é conhecido como Complexo Principal de Histocompatibilidade (em inglês MHC), um sistema que permite ao nosso corpo identificar células perigosas, vírus e bactérias.

Ou seja, é a base sobre a qual o organismo humano desenvolve o seu sistema de defesa.

Pode soar estranho, mas a atração entre os sexos opostos estaria diretamente relacionada aos seus anticorpos.

Questão de evolução

O HLA "está relacionado à sexualidade e ao desejo de procriar", dizem os pesquisadores da Universidade de Dresden, na Alemanha, que analisaram o comportamento sexual de 254 casais.

Os cientistas descobriram que quanto maior a diferença entre os antígenos leucocitários de um casal, maior o desejo e também a satisfação sexual.

Isso, segundo eles, estaria relacionado com a sobrevivência da espécie humana.

Os pesquisadores observaram que casais (ou animais) com HLA distintos "aumentam a possibilidade de seus descendentes serem resistentes a um número maior de doenças".

Afinal, os filhos herdam elementos do sistema imunológico do pai e da mãe.

Atração e cheiro

Mas como nosso institinto sexual distingue um HLA diferente?

Uma coisa é certa, o desejo sexual não precisa ser testado em laboratório para ser detectado.

O nosso corpo decifra antecipadamente - e muito antes de qualquer suspeita consciente - o que temos bem diante do nariz.

"Os peixes, as aves e os mamíferos preferem parceiros com um código genético distinto, identificados por sinais olfativos", afirma o estudo publicado na Nature.

Embora os cientistas ainda discutam como o HLA define o cheiro do nosso corpo, há provas de que certos componentes do odor podem ser encontrados em secreções como o suor e a saliva.

Além disso, sabe-se que os neurônios olfativos identificam o antígeno leucocitário humano (HLA) sem que tenhamos qualquer consciência.

O estudo não menospreza a capacidade humana de domar o próprio instinto sexual, mas lança luzes sobre a importância do sistema imunológico no nosso comportamento sexual.

E traz uma explicação científica para reforçar a popular ideia de que os opostos, sim, se atraem.

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