Conselho decide manter cassação de registro médico de Doutor Bumbum

Publicado em 03/05/2019, às 21h21
Reprodução/EBC -

Folhapress

O Conselho Federal de Medicina decidiu a favor da cassação do registro profissional do médico Denis Cesar Barros Furtado, conhecido nas redes sociais como Doutor Bumbum e acusado pela morte da bancária Lilian Calixto, 46, após procedimento estético no Rio de Janeiro.

LEIA TAMBÉM

A avaliação ocorreu em processo aberto em 2016 no CRM-DF (Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal), e remetido à autarquia federal no ano passado.

Com isso, Furtado ficará definitivamente impedido de exercer a profissão em todo o país. Essa é a última etapa do processo –não cabe recurso da medida no âmbito dos conselhos.

A decisão foi publicada em acórdão no Diário Oficial da União da última terça-feira (30).

À reportagem, o CRM-DF confirmou ter recebido a decisão a favor da cassação do registro, mas disse que não poderia comentar detalhes do caso que levou à análise por questões de sigilo.

A denúncia foi feita por paciente de Brasília em 2016. No mesmo ano, Furtado foi alvo de interdição cautelar do exercício da profissão. A medida, porém, foi suspensa três meses depois pela Justiça Federal, em Brasília.

No ano passado, o conselho regional informou ter concluído o processo ético-administrativo a favor da cassação do registro profissional. Faltava, porém, que a autarquia federal confirmasse a decisão, procedimento necessário para a medida passar a valer. Nesse intervalo, ele ainda poderia atuar –o que passa a ser vedado a partir de agora.

Apesar de atender no Rio de Janeiro, Furtado só tinha registro nos conselhos regionais de medicina de Brasília e Goiás. O atendimento em outros estados, assim, já ocorria de forma irregular.

Até às 18h desta sexta, devido aos trâmites do processo, Furtado ainda tinha o registro médico cadastrado como regular nos dois conselhos. Segundo o CRM-DF, a previsão é que o cadastro seja alterado nas próximas horas.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Furtado para comentar o caso.

HISTÓRICO

O apelido de Doutor Bumbum nasceu nas redes sociais, onde o médico era popular por postar fotos de antes e depois de procedimentos, numa prática condenada pela comunidade médica. Ele chegou a ter 660 mil seguidores no Instagram.

Preso no dia 19 de julho de 2018 e solto após habeas corpus, o médico responde no Rio de Janeiro pela morte da bancária Lilian Calixto, 46, após a realização de um procedimento estético.

Lilian era moradora de Cuiabá e morreu no dia 15 de julho de 2018 horas depois de ser submetida a um procedimento estético no glúteo no apartamento do médico, em um condomínio na Barra, zona oeste do Rio.

Na ocasião, o médico relatou que a paciente não teve reação à aplicação de 300 ml de PMMA (polimetilmetacrilato) na região do glúteo. Ela teria, no relato do médico, ligado mais tarde alegando estar se sentindo mal e foi levada ao hospital privado Barra D'Or.

Segundo informações da unidade de saúde, ela chegou em estado extremamente grave e mesmo após "manobras de recuperação", não foi possível reverter o quadro.

A paciente acabou morrendo duas horas após atendimento devido a uma embolia pulmonar, causada por uma obstrução em uma artéria do pulmão.

O médico, que não tem registro para atuar no Rio nem formação em cirurgia plástica, foi preso junto com a mãe, Maria de Fátima Furtado, que atuava como assistente, e a namorada, que era sua secretária.

Em janeiro, desembargadores da 7ª vara criminal do Rio decidiram trocar a prisão do médico por medidas cautelares.

Entre elas, ele deve ficar em casa à noite e nos dias de folga, enquanto estiver sendo investigado. Ele também está proibido de deixar o Rio de Janeiro.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Empresário assassinado tinha acabado de descobrir que seria pai Laudo da PF confirma que Bolsonaro usou solda para romper tornozeleira Novas regras para horários de entrada e saída de hotéis já estão valendo; veja o que mudou CCJ do Senado aprova PL da Dosimetria e texto vai ao plenário