Coronavírus: quarentena ioiô será o ‘novo normal’ até pandemia ser controlada

Publicado em 25/06/2020, às 13h02
Comércio voltou a fechar em Porto Alegre, após aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI | Foto: Luciano Lanes / Prefeitura de Porto Alegre -

Extra

O tão sonhado “novo normal”, quando todas as atividades econômicas são retomadas com segurança, pode, na verdade, ser uma “quarentena ioiô”. Pelo menos nos próximos meses. O recuo na flexibilização nas três capitais do Sul do país, Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS), além de cidades do interior paulista e do Nordeste, é um exemplo de que devemos nos habituar a conviver com o abre e fecha de acordo com a curva de contágio do novo coronavírus em cada região.

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— Após três meses de pandemia, não há como manter tudo fechado. Os comitês científicos de cada cidade ou estado devem analisar os indicadores disponíveis, como a taxa de transmissão da doença, que deve ser abaixo de 1 — alerta a pneumologista Margareth Dalcomo, da Fiocruz.

Para o professor de Epidemiologia da Uerj e da UFRJ Guilherme Werneck, o abre e fecha já era previsto, mas ele critica algumas medidas tomadas de forma precipitada:

— Muitos não seguem o receituário indicado para a reabertura. Na primeira evidência de que há uma melhora, mandam abrir tudo. Mesmo quando há bons indicadores, é preciso esperar um pouco e ter a certeza de que há tendência de estabilidade. É mais seguro abrir de forma lenta.

Curitiba, por exemplo, viu a ocupação dos leitos de UTI aumentar de 49% para 85%, e o número de casos de Covid-19 triplicar somente no mês de junho. A prefeitura da capital paranaense havia autorizado a reabertura do comércio ainda em abril. Shoppings, igrejas, academias e bares puderam voltar a funcionar em maio. Mas já foram anunciadas novas medidas restritivas, e a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, chegou a afirmar na semana passada que a cidade poderia adotar um lockdown.

Porto Alegre, que chegou a relaxar as regras de distanciamento social com a reabertura do comércio, começou a determinar a volta de algumas restrições na semana passada, com o fechamento de vários setores. Diante do aumento do número de internações em UTIs — a taxa de ocupação é de 72% dos leitos —, a prefeitura publicou novo decreto, na madrugada de terça-feira, retomando o nível de isolamento vigente em março, com comércio, indústria e construção civil tendo que interromper novamente as atividades.

Prefeituras de cidades da Grande Florianópolis anunciaram nesta quarta-feira mais rigor nas restrições após o aumento dos casos. Além da capital, São José, Palhoça e Biguaçu publicaram decretos proibindo aglomerações e tornando obrigatório o uso de máscaras.

Juazeiro, na Bahia, flexibilizou a quarentena em 1º de junho, mas a taxa de ocupação de UTIs saltou de menos de 70% para 92%, o que levou a prefeitura a mandar, segunda-feira, que as lojas voltem a fechar, além de impor um toque de recolher das 20h às 5h.

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