Corpo de piloto que morreu em queda de avião com drogas é liberado pelo IML, em Maceió

Publicado em 28/10/2025, às 09h45
- Reprodução

Pedro Acioli*

Ler resumo da notícia

O corpo do piloto australiano Timothy James Clark, de 46 anos, que morreu em um acidente aéreo em Coruripe, no Litoral Sul de Alagoas, no dia 14 de setembro deste ano, foi liberado para ser encaminhado para a Austrália. A decisão ocorreu na tarde do último sábado (25), mas foi divulgada apenas nesta terça-feira (28) pela Polícia Científica. 

LEIA TAMBÉM

De acordo com o órgão, na última sexta-feira (24), o corpo de Clark teve a identidade confirmada após uma análise de material genético, em um processo que envolveu a Polícia Federal, representantes do governo australiano e familiares.

Após a conclusão dos procedimentos legais, a família de Clark autorizou um representante legal no Brasil para proceder ao translado para o país de origem do australiano. Ainda não foi divulgado se o corpo já chegou ao país. 

Timothy Clark não sobreviveu à queda do avião que estava com quase 200 kg de cocaína a bordo. Além de traficante, ele também era diretor e secretário de empresas de investimento que operavam na Austrália e no continente africano nas últimas décadas.

Lucros milionários 

De acordo com o jornal australiano The Age, a missão que acabou em morte não havia sido a primeira do piloto de 46 anos na América do Sul. Uma fonte do periódico também alegou que Clark esteve envolvido em uma operação de tráfico de drogas na Austrália no ano passado.

Já fontes da Polícia na África do Sul revelaram a estimativa de até 30 viagens transatlânticas realizadas pelo piloto, o que poderia ter lhe rendido mais de US$ 22 milhões, quase R$ 120 milhões na atual cotação do dólar.

Ligação com o cartel irlandês

As investigações apontaram que o piloto australiano teve ligação com três pessoas do cartel internacional de drogas Kinahan, um dos grupos criminosos mais poderosos da Irlanda e que também está estabelecido na Inglaterra, Espanha e Emirados Árabes Unidos.

Clark era sócio do empresário alemão Oliver Andreas Herrmann. Ele é acusado pela Polícia Federal australiana por tráfico de drogas, pois depois de uma busca em quartos de hotel resultar no flagrante de 200 kg de cocaína, embalados em malas em blocos individuais de um quilo, junto com óculos de visão noturna, equipamento de aviação e uma carteira de criptomoedas.

Veja outros pontos que aproximaram Clark de Herrman

Timothy Clark (à esquerda) postou uma foto com Oliver Herrmann (à direita) em um restaurante em Harare em 2018

 

Perfis ativos na internet

O piloto australiano também tinha um perfil ativo no Google Maps, onde publicava avaliações, fotos e classificações. Ele usava o pseudônimo "John Smith", mas aparece em uma das imagens postadas pela conta e seu nome verdadeiro (Timothy James Clark) é usado em uma resposta a um dos estabelecimentos.

Clark também deixou avaliações no Tripadvisor (plataforma de viagens do mundo) sobre dois locais no Zimbábue, o Amanzi Lodge e o Thetford Estate.

Confira mais detalhes da ligação com Kinahan

 

O acidente

O avião pilotado por Timothy James Clark caiu por volta das 13h30 do dia 14 de setembro deste ano, em uma área de vegetação na cidade de Coruripe. Dentro e ao redor da aeronave foram encontrados aproximadamente 200 quilos de cocaína, além de alimentos importados e equipamentos improvisados para reabastecimento em voo, sugerindo que a aeronave estava preparada para longas distâncias sem escalas.

Timothy Clark era conhecido no meio financeiro australiano. Atuou como diretor e secretário de diversas empresas de investimento, algumas ainda registradas oficialmente, como Stock Assist Group Pty Ltd e Bluenergy Asia Pty Ltd.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

VÍDEO: ex-cunhado de Carlinhos Maia é flagrado agredindo namorada em Maceió Justiça decreta prisão de motorista que atropelou e matou indígena em Joaquim Gomes FOTOS: polícia incinera mais de uma tonelada de drogas apreendidas em Maceió Atropelamento na faixa verde da orla: polícia dá novos detalhes sobre veículo