Estadão Conteúdo
A cantora Daniela Mercury já arrasta uma multidão na rua da Consolação, no centro da capital paulista, neste domingo, 10. O bloco Pipoca da Rainha tradicionalmente encerra a folia no pós-carnaval de São Paulo.
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E Daniela iniciou a apresentação em tom político. "Está proibido o carnaval neste país tropical", cantava enquanto o público gritava "Ele não", em crítica ao presidente Jair Bolsonaro. Ela também elogiou o carnaval de rua na capital. "Eu ja morei em São Paulo, meu sonho era ver essas ruas coloridas. Hoje eu vejo", disse.
Saal Alves, de 24 anos, estava com um paletó com notas de dinheiro saindo de todos os bolsos. "Sou o presidente corrupto. Ao contrário do que dizem, o carnaval não é só baderna. É sobretudo uma manifestação cultural e política", disse.
Em todo o bloco, saias e bandeiras do orgulho LGBT e acessórios que celebram a cultura negra estavam presentes. A cantora baiana também exaltou e chamou negros e nordestinos para a folia.
Foliões do Norte ao Sul do Brasil acompanham o último dia de folia na capital paulista. A paranaense Priscila Hemmel, de 38 anos, disse que acompanhou todo o carnaval na cidade, mas guardou energia para o último dia. "Essa festa é uma vez ao ano, não da para perder. E o bloco está ótimo, agitado, mas sem muvuca."
Do Acre, Larissa Paes, de 23 anos, também não quis perder o último dia de carnaval. "A Daniela representa a nossa luta, a luta da resistência. Não é só festa, estar aqui é também um ato político", disse a estudante.
Pela segunda vez Daniela canta a música que compôs com Caetano Veloso. "Abre a porta desse armário que não tem censura", diz a música. Enquanto ela cantava, dançarinos homens vestiam mantos azuis e rosas, em referência à fala da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.
O youtuber Dario Pato, 34 anos, que estava vestido com uma camiseta do Homem-Aranha e uma tiara de Coelho, disse que não esperava curtir o pós Carnaval, mas os amigos o levaram para o bloco da Pipoca. "Usei todas as minhas fantasias no Carnaval e não tinha mais nada para usar, mas não quis perder o último dia. Vim com o que tinha."
A biomédica Camila Santana, de 34 anos, disse que estava curtindo muito o bloco, mas lamentou a faltade banheiros químicos. "Uma amiga minha quase não aguentou segurar. Deveria ter mais banheiros em uma festa tão grande", disse.
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