Declaração de atriz sobre fazer sexo 10 vezes por dia repercute; existe frequência ideal?

Publicado em 04/07/2020, às 13h56
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Viva Bem

Em entrevista ao canal do YouTube de Sabrina Sato, a atriz Deborah Secco revelou que, no início do relacionamento com Hugo Moura, hoje seu marido e pai de sua filha, Maria Flor, 4, o casal transava em média dez vezes por dia.

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"Engravidei com dois meses de namoro, então a gente transava dez vezes ao dia, quando transava médio. A gente estava naquele momento em que só transava. Depois, a gente começou a conversar, transar e cozinhar, transar e ver um filme, mas antes era só transar."

A declaração acabou causando polêmica nas redes sociais, e a atriz foi ao Twitter para rebater as críticas que recebeu. "Nasceram da fotossíntese dos pais, né?", escreveu.

2020 e as pessoas continuam achando um absurdo falar de sexo. Nasceram da fotossíntese dos pais, né?

— Deborah Secco (@dedesecco) July 3, 2020

Afinal, existe uma frequência ideal?

Diversos estudos já tentaram responder a essa pergunta. Um deles, por exemplo, realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, revelou que o ideal é transar uma vez por semana.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram dados de 30 mil americanos, coletados durante mais de 40 anos, para estabelecer a relação ideal entre sexo e felicidade. O estudo também mostrou que fazer sexo mais do que uma vez por semana não estava relacionado, necessariamente, a uma percepção mais alta de felicidade.

Por outro lado, a prática sexual não significa que a pessoa seja mais satisfeita. Uma pesquisa, realizada na Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, concluiu que o ato sexual, sozinho, não é responsável por aumentar o nível de felicidade.

A pesquisa foi feita com 128 casais heterossexuais, de idades entre 35 e 65 anos, que foram divididos em dois grupos aleatórios. Um deles não recebeu qualquer instrução quanto à quantidade de vezes que poderia ou deveria fazer sexo. Ao segundo grupo, no entanto, foi pedido que dobrasse essa frequência.

Assim, o segundo grupo fez mais sexo do que o outro, no entanto, seus níveis de percepção de felicidade não foram mais altos quando comparados ao primeiro. Na verdade, até decaíram um pouco, levando os pesquisadores a acreditarem que a "obrigação" de transar o dobro de vezes pode ter roubado o desejo e a satisfação do casal.

Equilíbrio é o mais importante

A verdade é que não existe um número mágico de relações sexuais que seja considerado normal ou mais recomendado. "O importante é que a frequência esteja de acordo com o ritmo do casal, e que eles estejam alinhados, dispostos e que consigam aproveitar", diz Margareth dos Reis, psicoterapeuta sexual e de casais do Instituto H. Ellis e colaboradora no Ambulatório da Unidade de Medicina Sexual da FMABC (Faculdade de Medicina da Fundação do ABC), em São Paulo*.

Colunista de VivaBem, o médico Jairo Bouer, especialista em sexualidade, lembra que uma maior frequência é mais comum especialmente no início do relacionamento —mas isso não é regra. "Tem quem fique satisfeito com uma transa por semana mesmo no começo, ou uma vez ao dia. E tudo bem", explica. "A grande questão é achar um meio termo, uma frequência que seja boa para os dois, pois se é ruim para um, é ruim para ambos", acredita.

Com o tempo, também é normal que o número de relações diminua —e isso não significa que o ato, necessariamente, fique insatisfatório ou que se perdeu o tesão pelo(a) parceiro(a). A própria Deborah afirma que, após o nascimento da filha, a disponibilidade para transar acabou ficando menor, mas o desejo não diminuiu. "Eu, no elevador, saindo para trabalhar, penso 'PQP, que delícia, como queria'", declarou na entrevista.

Há algum risco para a saúde?

Quando feito com proteção e respeitando o(a) parceiro(a), o sexo é prazeroso e faz bem à saúde. No entanto, quando o ritmo das transas é alto —como no caso de Deborah— os órgãos sexuais podem acabar sofrendo um pouco.

Isso porque o "excesso de uso" pode provocar irritação, desconforto e até um processo inflamatório tanto no pênis como na vagina. De acordo com Jairo Bouer, a troca de bactérias que acontece naturalmente durante a transa também favorece o aparecimento de infecções urinárias em pessoas com tendência ao problema, já que esses microrganismos podem acabar entrando em contato com a uretra no ato.

Por isso, é recomendado que, em caso de desconforto, a pessoa procure um médico para avaliar o problema.

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