Dinamarca vai sacrificar milhões de visons para evitar nova mutação de coronavírus

Publicado em 05/11/2020, às 17h41
Pixabay -

G1

A Dinamarca anunciou que vai sacrificar 17 milhões de visons (animais semelhantes a doninhas criados em fazendas para fabricação de casacos e outras peças de vestuário) em seu território por causa de uma mutação do coronavírus Sars-CoV-2 que já teria infectado 12 pessoas, o que ameaça a eficácia de uma futura vacina para os seres humanos.

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"O vírus que sofreu mutação através dos visons poderia representar um risco de que futuras vacinas não funcionem como deveriam. É preciso sacrificar todos os visons", disse a primeira-ministra Mette Frederiksen

A mutação é normal e não significa que o vírus vai se comportar de forma diferente, afirmam cientistas. Além disso, não é fácil determinar as consequências concretas de uma mutação.

"Continuar com a criação destes visons suporia um risco muito elevado para a saúde pública, tanto na Dinamarca quanto no exterior", advertiu o encarregado da Autoridade Dinamarquesa de Controle de Doenças Infecciosas (SSI) Kaare Molbak. O vírus que sofreu mutação detectado nos visons "não responde tanto aos anticorpos quanto o vírus normal. Os anticorpos sempre têm um efeito, mas não é tão eficaz", afirmou Molbak.

Segundo o ministro da Saúde, Magnus Heunicke, as pesquisas demonstraram que as mutações podem afetar os projetos atuais para uma vacina contra a Covid-19.

A mutação foi identificada em cinco fazendas diferentes. Os 12 casos de transmissão em humanos do vírus que sofreu mutação foram detectados no norte de Jutlândia, onde se concentra a maioria dos criadouros.

A Dinamarca é o maior exportador mundial de pele de visons, uma atividade que fez a fortuna de mais de mil fazendas do pequeno reino nórdico.

Depois de detectados os primeiros casos de coronavírus nos animais, o governo lançou uma vasta campanha de sacrifício durante o verão nos criadouros infectados, que se estendeu em outubro devido ao surto de Covid-19.

Na segunda (2), as autoridades sacrificaram mais de 1,2 milhão de animais.

O governo prometeu compensações aos criadores. O setor emprega 6.000 pessoas no país de 5,8 milhões de habitantes.

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