Theo Chaves
Durante o julgamento que está sendo realizado nesta quarta-feira, 26, o ex-prefeito de Maribondo, Leopoldo Cesar Amorim Pedrosa, acusado de mandar assassinar o corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira, negou participação no crime. Ele afirmou que trabalhava junto com a vítima e que ambos mantinham uma relação de amizade.
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Durante o depoimento, Leopoldo Cesar, que virou réu pelo crime de homicídio duplamente qualificado, descreveu Gerson como uma pessoa fantástica.
"Eu não tinha nada contra o Gerson, ele era uma pessoa maravilhosa, um amigo. Inclusive, eu dei o cargo de gerente na minha franquia porque ele era fantástico", disse o réu.
Ele também relatou que era confidente do corretor e que este lhe havia contado que estava sendo ameaçado. Leopoldo afirmou ainda que, em uma ocasião, presenciou o corretor receber ligações com ameaças.
"Gerson não merecia isso, era uma pessoa confiável, um grande ser humano", completou o ex-prefeito.
Ao sustentar a inocência, Leopoldo disse que, mesmo após ser acusado de um crime que não cometeu, a mãe dele foi eleita prefeita da cidade.
"Para o senhor [juiz]ver como sou inocente, depois de tudo isso a minha mãe conseguiu ser eleita prefeita de Maribondo com apoio de nove vereadores, se eu fosse uma pessoa ruim isso aconteceria?", finalizou.
AS ACUSAÇÕES
Leopoldo César Amorim Pedrosa foi levado a júri popular suspeito de participação no assassinato do corretor Gerson Gomes Vieira, ocorrido em 2015. O julgamento está acontecendo quarta-feira, 26, no Fórum de Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió.
O ex-prefeito está sendo acusado de mandar matar o corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira. O crime foi registrado em 2015.
As investigações apontam que Gerson teria intermediado a venda de um imóvel no valor de R$ 800 mil e cobrado uma comissão de R$ 40 mil, mas não teria recebido o pagamento. Diante das cobranças, Leopoldo teria encomendado a morte do corretor.
O corpo de Gerson foi jogado em um canavial e encontrado dias depois, já em estado de decomposição.
FILHO DA VÍTIMA CITA COVARDIA
Ainda durante o julgamento, o filho do corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira classificou como "covarde" o crime contra o pai.
"O que fizeram com meu pai foi uma covardia. Mataram e jogaram em um canavial para os bichos comerem", disse o policial Murilo Souto.
Segundo o depoimento da testemunha, o corpo de Gerson foi encontrado dias depois, em estado avançado de decomposição.
"Meu pai estava podre, nem foi possível reconhecê-lo, somente o IML conseguiu. Não tive o direito de olhar para meu pai de novo e me despedir. O caixão teve de ficar fechado. Covarde", disse Murilo, emocionado.
"Há dez anos carregamos essa dor. Um júri postergado, nossa dor aumentando, e os filhos sofrendo. Já era para ter ocorrido [o julgamento]", finalizou.
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