“Ele era fantástico”, diz ex-prefeito de Maribondo acusado de mandar matar corretor

Publicado em 26/11/2025, às 13h46 - Atualizado às 13h46
Foto: Reprodução - O ex-prefeito de Maribondo, Leopoldo César Amorim Pedrosa

Theo Chaves

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Durante o julgamento que está sendo realizado nesta quarta-feira, 26, o ex-prefeito de Maribondo, Leopoldo Cesar Amorim Pedrosa, acusado de mandar assassinar o corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira, negou participação no crime. Ele afirmou que trabalhava junto com a vítima e que ambos mantinham uma relação de amizade.

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Durante o depoimento, Leopoldo Cesar, que virou réu pelo crime de homicídio duplamente qualificado, descreveu Gerson como uma pessoa fantástica.

"Eu não tinha nada contra o Gerson, ele era uma pessoa maravilhosa, um amigo. Inclusive, eu dei o cargo de gerente na minha franquia porque ele era fantástico", disse o réu.

Ele também relatou que era confidente do corretor e que este lhe havia contado que estava sendo ameaçado. Leopoldo afirmou ainda que, em uma ocasião, presenciou o corretor receber ligações com ameaças.

"Gerson não merecia isso, era uma pessoa confiável, um grande ser humano", completou o ex-prefeito.

Ao sustentar a inocência, Leopoldo disse que, mesmo após ser acusado de um crime que não cometeu, a mãe dele foi eleita prefeita da cidade.

"Para o senhor [juiz]ver como sou inocente, depois de tudo isso a minha mãe conseguiu ser eleita prefeita de Maribondo com apoio de nove vereadores, se eu fosse uma pessoa ruim isso aconteceria?", finalizou. 

AS ACUSAÇÕES 

Leopoldo César Amorim Pedrosa foi levado a júri popular suspeito de participação no assassinato do corretor Gerson Gomes Vieira, ocorrido em 2015. O julgamento está acontecendo quarta-feira, 26, no Fórum de Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió.

O ex-prefeito está sendo acusado de mandar matar o corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira. O crime foi registrado em 2015. 

As investigações apontam que Gerson teria intermediado a venda de um imóvel no valor de R$ 800 mil e cobrado uma comissão de R$ 40 mil, mas não teria recebido o pagamento. Diante das cobranças, Leopoldo teria encomendado a morte do corretor.

O corpo de Gerson foi jogado em um canavial e encontrado dias depois, já em estado de decomposição. 

FILHO DA VÍTIMA CITA COVARDIA 

Ainda durante o julgamento, o filho do corretor de imóveis Gerson Gomes Vieira classificou como "covarde" o crime contra o pai.

"O que fizeram com meu pai foi uma covardia. Mataram e jogaram em um canavial para os bichos comerem", disse o policial Murilo Souto. 

Segundo o depoimento da testemunha, o corpo de Gerson foi encontrado dias depois, em estado avançado de decomposição. 

"Meu pai estava podre, nem foi possível reconhecê-lo, somente o IML conseguiu. Não tive o direito de olhar para meu pai de novo e me despedir. O caixão teve de ficar fechado. Covarde", disse Murilo, emocionado.

"Há dez anos carregamos essa dor. Um júri postergado, nossa dor aumentando, e os filhos sofrendo. Já era para ter ocorrido [o julgamento]", finalizou. 

 

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