Em defesa, Jairinho alega que tinha 'saudável relação afetiva' com Henry

Publicado em 22/05/2021, às 07h15
Tania Rego/Agência Brasil -

Extra Online

Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), apresentou, nesta sexta-feira, sua defesa ao Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio, que avalia a cassação de seu mandato. No documento, assinado pelo advogado Berilo Martins da Silva Neto, o parlamentar afirma que mantinha "saudável relação afetiva" com Henry Borel, de 4 anos. Jairinho e a namorada, Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do menino, estão presos há 43 dias e são acusados pelo homicídio da criança.

LEIA TAMBÉM

No dia 9 de maio, em cumprimento ao Regimento Interno da Câmara, Jairinho foi afastado do cargo de vereador por estar há mais de 1 mês sem cumprir as funções parlamentares. Ao argumentar contra a perda definitiva do mandato, a defesa do médico afirma que a medida seria um "verdadeiro instrumento de resposta ao clamor social, pois até o presente momento sequer houve julgamento". O advogado alega ainda que o processo de cassação é "açodado", "carece de qualquer base legal" e tem "arrimo em matérias jornalísticas".

"Com o devido respeito, mas a Câmara de Vereadores está, nitidamente, justificando os meios pelos fins, impulsionada pela tradicional voz das ruas, se diminuindo em seu papel, que é a defesa do Estado Democrático de Direito", pontua Berilo da Silva Neto. O documento cita também uma suposta "espetacularização a qual o caso está submetido", que estaria tornando "refém o poder legislativo carioca".

No dia em que foi preso, Jairinho acabou expulso de seu antigo partido, o Solidariedade. O processo de cassação também foi aberto na mesma data dentro do Conselho de Ética, do qual Jairinho fazia parte até então. Seu substituto, o vereador Luiz Ramos Filho (PMN), foi escolhido como relator do caso.

- Vamos analisar criteriosamente a defesa de Jairinho para decidir se é necessário convocar testemunhas. Ainda que o vereador renunciasse ao mandato, não paralisaria o processo de cassação - frisou Ramos Filho.

Agora, o Conselho tem um mês para realizar as diligências que julgar necessárias, prazo que pode ser estendido em mais 15 dias. Depois, o relator tem cinco dias úteis para dar o parecer pela procedência ou arquivamento da representação contra Jairinho, que tem como base a quebra do decoro parlamentar.

Em seguida, o parecer do relator é submetido à deliberação do Conselho de Ética, novamente em até cinco dias úteis, considerando-se aprovado se obtiver a maioria absoluta dos votos dos seus sete integrantes.

Concluída a tramitação no Conselho, caso haja a aprovação de um parecer favorável à cassação, o processo é encaminhado à Mesa Diretora da Câmara e incluído na Ordem do Dia. A perda de mandato é decidida em votação aberta no Plenário, sendo necessários votos de dois terços dos 51 vereadores, o equivalente a 34 parlamentares.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Mulher é mordida por capivara e tem partes do corpo arrancadas Líder do PL na Câmara dos Deputados nega desvios de verbas Protótipo de carro voador produzido no Brasil faz primeiro voo Polícia prende segundo homem envolvido no roubo de obras de arte em SP