Entenda as ligações de TH Jóias com Bacellar e o Comando Vermelho, segundo a PF

Publicado em 05/12/2025, às 08h25
- Reprodução/Redes sociais

Extra Online

Ler resumo da notícia

O deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, foi preso acusado de ser um braço político do Comando Vermelho no Rio. Ele foi eleito 2º suplente pelo MDB, e assumiu uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em 2024, após a morte do deputado Otoni de Paula Pai. Preso no início de setembro, ele foi alvo de outra operação nesta semana. Segundo a Polícia Federal, TH foi avisado pelo presidente da Alerj Rodrigo Bacellar (União) que seria preso.

LEIA TAMBÉM

Em 2017, TH foi preso pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), acusado de ser um dos principais articuladores do tráfico de drogas e armas do Rio. As investigações revelaram que atuava junto às três facções rivais do estado — Comando Vermelho, Terceiro Comando Puro e Amigos dos Amigos (ADA) — lavando dinheiro e controlando parte da contabilidade criminosa.

TH responde a processos por tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, além de ser suspeito de intermediar negociações de armas com o Comando Vermelho (CV). Apesar do histórico criminal, TH se lançou na política pelo MDB, que, após sua prisão, anunciou a expulsão do político.

Ele foi preso novamente em 3 de setembro deste ano no âmbito da Operação Zargun, deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Rio (MPRJ). Ele é acusado de intermediar a compra e a venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones, além de lavar dinheiro do tráfico.

'Unha e carne'

Mas na véspera da segunda prisão, TH esvaziou sua casa e até contratou um caminhão baú para ajudar na mudança às pressas. Segundo a Polícia Federal, ele foi avisado da ação pelo presidente da Alerj Rodrigo Bacellar, preso esta semana na operação "Unha e Carne". O presidente da Alerj teria ainda orientado o colega a fugir.

A investigação trouxe à tona uma relação inusitada em que a carne assume protagonismo. Ela não aparece somente no nome da operação. Surge também como imagem no relatório de investigação com um freezer lotado de picanhas. A carne também cruza o caminho do deputado estadual Rodrigo Bacellar em outra investigação.

De acordo com mensagens recuperadas pela PF, na véspera da operação que prenderia TH, e já alertado pelo presidente da Alerj, o ex-parlamentar zerou o celular, comprou outro aparelho e iniciou uma corrida para “limpar” a casa.

Num dos vídeos enviados ao novo número, ele pergunta a Bacellar se poderia deixar alguns pertences em sua residência — entre eles, um freezer cheio de picanhas. A resposta veio direta: “Deixa isso, tá doido? Larga isso aí, seu doido”.

Bacellar já enfrentava suspeitas ligadas justamente ao setor de carnes. Em agosto de 2025, O GLOBO revelou que um frigorífico instalado em Campos dos Goytacazes, cidade-base do deputado, entrou na mira de uma investigação por possível improbidade administrativa.

A Promotoria apura se houve irregularidades na concessão de licença ambiental e no empréstimo concedido pelo governo estadual ao empreendimento, oficialmente registrado em nome de um advogado próximo de Bacellar.

Tanto Tiego Raimundo, o TH Jóias, quanto Rodrigo Bacellar negam ter cometido quaisquer crimes.

 

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Mania fofa leva mãe ao diagnóstico de autismo da filha: 'Não fazíamos ideia' Vídeo: torcedores de Santos e Inter entram em conflito em rodovia Pai de aluna é preso após agredir diretor em escola do interior de SP Ex-jornalista da Globo é vítima de 'quebra-vidros' em SP e tem celular roubado