Enxaguante bucal de alho demonstra forte potencial de combate aos germes, aponta estudo

Publicado em 09/12/2025, às 22h31
- Foto: Ilustrativa/Pexels

O Tempo

Pesquisadores da Universidade de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, descobriram que o extrato de alho possui efeitos antimicrobianos comparáveis aos da clorexidina, substância química usada como antisséptico, quando utilizado em enxaguantes bucais. A revisão sistemática foi publicada no "Journal of Herbal Medicine" e revelou que o extrato de alho pode representar uma alternativa natural ao produto sintético considerado referência no mercado odontológico.

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O estudo comparou o desempenho antimicrobiano do Allium sativum com a clorexidina em diferentes concentrações. Os resultados indicaram eficácia similar entre os dois produtos em determinadas condições, embora o enxaguante à base de alho possa causar maior desconforto aos usuários.

"A clorexidina é amplamente utilizada como padrão ouro em enxaguantes bucais, mas está associada a efeitos colaterais e preocupações com resistência antimicrobiana", explicam os autores do estudo. "O alho (Allium sativum), conhecido por propriedades antimicrobianas naturais, surgiu como uma potencial alternativa”. 

A pesquisa seguiu as diretrizes do "Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses 2020", desenvolvidas para aumentar a confiabilidade e transparência de revisões sistemáticas. A equipe realizou uma busca abrangente em bases de dados científicas. 

"Um total de 389 artigos foram identificados em seis bases de dados eletrônicas em janeiro de 2024, e 13 artigos adicionais foram incluídos por meio de busca manual de citações. Após remover duplicatas e aplicar critérios de inclusão e exclusão, apenas cinco artigos foram incluídos", relatam os autores.

A efetividade dos produtos apresentou alterações conforme as condições de uso. "A eficácia variou com base na concentração do enxaguante e na duração da aplicação, contribuindo para diferenças nos resultados", observou a revisão.

"Alguns estudos favoreceram a clorexidina para manter um pH mais alto da placa/saliva, enquanto outros relataram que o extrato de alho é mais eficaz em certas concentrações. No entanto, o enxaguante de alho pode causar maior desconforto”, acrescentam os pesquisadores, explicando que entre os problemas relatados estão a sensação de queimação e odor desagradável - fatores que podem influenciar a decisão dos pacientes de trocar a clorexidina por opções à base de alho.

Resultados 

A revisão concluiu que o extrato de alho demonstrou "reduções significativas nas contagens bacterianas em relação à linha de base... sugerindo o possível uso do enxaguante bucal com extrato de alho como uma alternativa viável à clorexidina em certos contextos”. 

Os pesquisadores recomendam a realização de mais ensaios clínicos com maior número de participantes e períodos de acompanhamento mais longos para confirmar a "eficácia e melhorar a aplicabilidade clínica" do alho como alternativa à clorexidina.

"Esses estudos contribuíram para a compreensão do papel antimicrobiano do extrato de alho em comparação com agentes sintéticos como a clorexidina", pontuaram os autores. "No entanto, a maioria dos estudos é in vitro, varia em métodos e carece de padronização clínica, destacando a necessidade de mais pesquisas para confirmar a eficácia do alho na prática odontológica. Esta incerteza apresenta uma lacuna significativa na literatura sobre terapias antimicrobianas baseadas em evidências."

 

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