"Estou em um presídio por um crime que eu não cometi", diz réu acusado de matar torcedor do CSA

Publicado em 02/10/2025, às 17h28
Milton Pereira da Silva Neto, de 29 anos, negou que tenha participado do crime brutal que matou o torcedor do CSA, Pedro Lúcio dos Santos, o "Peu" - Theo Chaves / TNH1

Theo Chaves e Paulo Victor Malta

Milton Pereira da Silva Neto, de 29 anos, e Jonas Paulo Santana Cané, 26, negaram que tenham participado do crime brutal que matou o torcedor do CSA, Pedro Lúcio dos Santos, o "Peu", em maio de 2023. Eles estão no banco dos réus, no júri popular desta quinta-feira, 2, realizado no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió.

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"Eu estava dormindo, fui acordado com dois rapazes batendo na minha porta, dizendo que as minhas fotos estavam circulando em grupos de WhatsApp, dizendo que eu tinha matado esse rapaz. É uma injustiça, pois eu estava na minha casa, não sai dela e não agredi ninguém. Estou em um presídio por um crime que eu não cometi. Não tenho passagens, a polícia nunca bateu na porta da casa da minha mãe e eu nunca passei na porta de uma delegacia", argumentou Milton Pereira.

Peu, que era torcedor fanático do CSA, foi brutalmente assassinado depois do jogo entre CSA e Confiança, no dia 4 de maio de 2023. Ele foi espancado com barras de ferro, pedras e paus, enquanto estava em um churrasquinho ao redor do estádio.

Theo Chaves / TNH1

 

"Eu fiquei sabendo da morte dele no dia seguinte. Eu estava numa sorveteria na hora do jogo do CSA. Eu estava com uma menina, saímos de lá e fui levar ela pra casa dela. Não estava próximo ao Rei Pelé", disse Milton.

A advogada de defesa dos dois acusados que sentam no banco dos réus, Ana Neli Viana, disse em entrevista ao TNH1 que há a expectativa que os dois sejam absolvidos, porque não há provas.

"Eu fui até a delegacia por livre importância vontade. Eu fui para esclarecer alguns fatos, pois as minhas fotos estavam circulando nas redes sociais como sendo o autor do crime, mas fui pra lá para mostrar que eu era inocente, mas terminei preso. Eu não faço parte da torcida organizada do CRB. Eu sou torcedor, e o fato de ir ao jogos não me faz ser membro de organizada", afirmou o réu.

O Ministério Público do Estado acusa os réus por homicídio triplamente qualificado e corrupção de menores.

"Eu estava em um bar bebendo com um amigo na Mangabeiras. Esse meu amigo era réu, mas foi absolvido. Estou entendendo o que estou fazendo aqui, pois estava com ele. Eu saí desse bar na madrugada", contou Jonas Paulo. 

Jonas Paulo Santana (Foto: Theo Chaves / TNH1)

 

"Não. Eu não tenho nada a ver com isso (morte Peu). Eu fui coagido pela Polícia Civil, fui agredido e obrigado a confessar algo que não cometi", acrescentou Jonas. 

O réu disse que soube do crime um ou dois dias depois do acontecido. 

"Não me recordo, mas foram mais de 30 fotos divulgadas sobre possíveis autores do crime. Fizeram várias noticiais falsas e me ameaçaram na redes sociais. Quando me associaram ao crime, fui pra casa da minha tia, por medo do que poderiam fazer comigo". 

Jonas Paulo lamentou que perdeu familiares enquanto esteve preso. 

"Enquanto eu estava preso, eu perdi a minha avó e meu avô. Não consegui me despedir dele. Eu estou preso por algo que não cometi, e a cada dia piora. Desde que eu fui preso, eu não vi mais o meu filho. Ele é autista e não pode ir me ver. Ele pergunta para a minha mãe sobre mim, e não tem como explicar que estou preso por algo que não cometi".

Theo Chaves / TNH1

 

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