Estudantes desenvolvem projeto de combate à violência contra a mulher

Publicado em 28/08/2021, às 11h27
Campanha foi elaborada por estudantes da EJAI da Escola Municipal Doutora Nise da Silveira | Pedro Caldas/Ascom Semed -

Ascom Semed

Um estudo desenvolvido por alunos da Educação de Jovens Adultos e Idosos da  Escola Municipal Doutora Nise da Silveira, localizada no bairro Antares, reuniu relatos de exemplos de relacionamentos abusivos numa sequência didática que traz como tema a violência contra a mulher. O projeto que faz parte do componente da língua portuguesa teve como base a criação de uma campanha, na qual os alunos puderam produzir conteúdos, escrever, desenhar, gravar vídeos e tirar fotos que foram postados em suas redes sociais com objetivo de chegar ao maior número possível de pessoas nas diversas formas de denúncia e combate a violência doméstica.

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O trabalho contou com a participação dos próprios alunos que atuaram em fotos e vídeos produzidos por eles mesmos. Na produção, mensagens de denúncia ao agressor e apoio à vítima escritas em frases e desenhos. Mensagens de impacto como “Mulheres, nunca se calem! O silêncio pode matar” em meio ao número 180, fonte de denúncia principal fornecido pela polícia estiveram presentes na maioria dos trabalhos. 

A coordenadora Pedagógica da Educação de Jovens Alunos e Idosos (Ejai), Eliete Cavalcante destaca que para realização desse trabalho foi feito um debate onde os alunos se pronunciaram quanto ao assunto. “Alguns alunos relataram suas experiências em relacionamentos abusivos e como se livraram do agressor”, frisa. A coordenadora explica que foi proposta uma atividade através do Google Forms com o objetivo de observar como alunos de forma individual se expressavam sobre o tema. 

A turma participou de uma pesquisa com perguntas relacionadas ao tema, para que fossem observadas as suas opiniões em torno da questão, esclarecendo assim, dúvidas e levantando questões necessárias. 

Conscientização

Para o aluno da Ejai, Daniel José, é muito triste ver um homem violentar as mulheres. “Parece que esses homens não têm coração”, lamentou. Já o aluno José Anderson ressaltou que muitas mulheres não denunciam a violência por medo: “É uma triste realidade que muitas mulheres estão vivenciando e ficam caladas. Não denunciam por medo”.

O trabalho desenvolvido por esses alunos, incentiva e acrescenta de forma positiva em sua reflexão. A coordenadora explica que a escola tem o papel fundamental em levar informações para a comunidade na qual eles estão inseridos, não só com o objetivo de derrubar os números crescentes de violência, como também conscientizá-los, “O objetivo não é só reduzir índices de violência e sim dar condição no encorajamento dessas mulheres a não fazer parte dessas estatísticas, se posicionando de forma direta nesse enfrentamento e sabendo como agir diante do fato” salienta Eliete Cavalcante.

Portaria

A implementação de conteúdos relacionados aos direitos humanos e prevenção contra todo tipo de violência doméstica dentro da didática escolar, foi oficializada pela portaria de nº 0116 publicada no dia 21 de junho pela Secretaria de Educação Municipal.

A importância do tema ser abordado não somente de forma pontual e sim durante todo o ano foi um dos principais objetivos dessa portaria. A secretária-adjunta de Gestão Educacional, Emília Caldas argumenta que é importante que essa temática seja discutida diariamente com ações e projetos escolares, para que seja trabalhada a lei maria da penha, impulsionando assim, o debate de discussão entre os alunos sobre a prevenção e o combate à violência.”

Ela explica que a violência pode ser caracterizada de várias formas, seja ela física, psicológica ou patrimonial. Nesse sentido, ainda segundo ela, o objetivo é estimular a visão crítica de cada estudante ajudando a identificar de forma imediata sobre qual tipo de violência a vítima pode estar sofrendo e como combater.

Emília Caldas observa que já existem boas práticas com projetos desenvolvidos neste contexto, a exemplo da escola Nise da Silveira que vem desempenhando um trabalho de destaque no enfrentamento do abuso contra a mulher na educação de jovens e adultos. “Práticas como essa devem ser replicadas por todas as escolas que compõem o sistema municipal de ensino”, acrescenta.

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