Estudantes paralisam escola em protesto por demissão de dois professores gays

Publicado em 05/02/2022, às 08h00
Reprodução/Redes Sociais -

Razões Para Acreditar

Certa vez, o escritor Josh Billings comentou em um de seus célebres livros: “Honestidade é a riqueza mais rara que alguém pode possuir”. Com certeza, né? E parando pra pensar nisso, talvez as crianças sejam as mais ricas quando o assunto é honestidade. A partir do momento em que elas sabem o que é certo e errado, não ficam caladas diante de uma injustiça.

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Um bom exemplo disso aconteceu na Kennedy Catholic High em Burien, Seattle (EUA), onde centenas de alunos saíram em protesto contra a demissão de dois professores que foram forçados a deixar a escola após ficarem noivos de seus respectivos parceiros do mesmo sexo.

A demissão motivada por puro preconceito causou uma onda de indignação entre alunos, pais e demais professores, motivando uma paralisação das atividades escolares e diversas manifestações.

No início, a escola insistiu que a saída do professor de inglês Paul Danforth, que é gay, e da treinadora de futebol Michelle Beattie, que é lésbica, foi “voluntária”. Mas a desculpa não pegou.

A verdade é que, dias antes, Paul e Michelle ficaram noivos – ele com outro homem, e ela com outra mulher, o que “desagradou” a diretoria da instituição. Vê se pode?!

“Não foi uma coincidência. Tanto que Paul foi pressionado a se demitir logo após voltarmos de nossa viagem à Disneylândia, onde ficamos noivos”, disse Sean Nyberg, futuro marido do professor em entrevista ao portal Bored Panda.

Ao descobrirem isso, os estudantes não ficaram calados, nem de braços cruzados. Unidos, paralisaram a escola e fecharam os corredores em protesto.

Mais tarde, eles ficaram tão numerosos que precisaram continuar a manifestação do lado de fora da escola, no gramado, onde se juntaram a seus pais, muitos dos quais descreveram os dois professores que foram forçados a se demitir como “pessoas incríveis e muito competentes em sala de aula”.

Com a repercussão do caso, a escola católica divulgou um documento que explica que os professores assinam um contrato antes de começarem a dar aulas, onde há um parágrafo que consta: “Se o estilo de vida do professor for incompatível com os valores morais católicos ou se sua conduta estiver em desacordo com o ensino católico, eles poderão ser demitidos”.

Embora alguns dos pais certamente estivessem cientes dessa cláusula, eles nunca pensaram que a escola realmente agiria de acordo com isso em pleno século XXI e viram isso como uma injustiça capital.

Erika Dubois, mãe de um dos alunos que ajudou a planejar a paralisação, disse que nunca esperava que a escola realmente agisse de acordo com a cláusula mencionada.

“Seria aplicado se um professor se divorciasse e se casasse novamente? Ou teve filhos fora do casamento?”, atacou. Ela também acrescentou que está “triste com a mensagem que isso envia aos estudantes LGBTQ: “Nós amamos e aceitamos você, mas não podemos empregá-lo”.

O noivo de Paul Danforth, Sean Nyberg, também estava convencido de que os alunos foram extremamente corajosos em agir e disse que o protesto foi “mais corajoso do que qualquer coisa que eu já vi qualquer adulto fazer. A motivação e a vontade de se meter em encrencas é bastante inspiradora. E que o resto do mundo está assistindo.”

Paul e Michelle receberam diversas propostas de trabalho em outras escolas, mas aguardam uma resposta da escola católica quanto à demanda dos alunos. Esperamos que eles voltem a ensinar na Kennedy High!

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