Estudos apontam que Uber não diminui renda dos taxistas significativamente

Publicado em 01/11/2017, às 15h08

Redação

Um estudo feito pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) divulgado ontem, concluiu que a chegada do Uber e de outros apps de transporte individual, tais como Cabify e 99Pop, não impacta de maneira negativa na atividade dos taxistas, pelo menos não significativamente, como acusam as associações de taxistas no Brasil.

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O estudo do Cade foi feito nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília e afirma que a chegada desses apps na verdade criou um novo mercado, atraindo usuários que não usavam táxi. Ou seja, com o preço mais acessível, os apps aumentaram o tamanho do mercado do transporte individual nas localidades pesquisadas, não interferindo diretamente na atividade dos taxistas.

Esses dados reforçam um estudo de 2015 no qual o Cade conclui essencialmente a mesma coisa. Fora isso, uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) publicado em junho deste ano, também afirma que o impacto na atividade dos taxistas é mínimo. Contudo, essa avaliação é bem mais minuciosa que a do Cade, levando em consideração duas etapas da entrada do Uber no Brasil: a primeira entre 2014 e 2015, quando serviço começou a aperar no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte; e a segunda, quando o app passou a funcionar também em Curitiba, Goiânia, Fortaleza, Recife, Salvador, entre 2015 e 2016.

A remuneração dos motoristas de táxi dessas cidades foi comparada com a de trabalhadores de cidades onde o Uber ainda não tinha chegado

Nesse estudo, a remuneração dos motoristas de táxi dessas cidades em questão foi comparada com a de trabalhadores de cidades onde o Uber ainda não tinha chegado. Os pesquisadores também consideraram a renda de condutores de mototáxis e de vans nas cidades pesquisadas para eliminar a possível influência que um grande evento em uma das localidades pudesse ter no resultado final.

A conclusão, contudo, foi a mesma dos dois estudos do Cade, apontando que o mercado de transporte individual cresceu com a chegada do Uber e de outros serviços, atraindo usuários que nunca usavam táxi com frequência. A queda na renda de muitos taxistas que vem sendo reportada por associações pelo Brasil é, na verdade, reflexo da crise econômica pela qual o país vem passando, segundo economistas. Em outras palavras, com ou sem Uber, os taxistas teriam sofrido impacto semelhante.

O Cade ainda deve fazer novos estudos para avaliar números de corridas e também o impacto que Uber, Cabify e 99Pop estariam tendo sobre o preço do táxi bem como no tempo trabalhado. Ainda assim, não há uma previsão para a publicação desses detalhes.

Enquanto isso, a proposta de regulamentação nacional dos serviços de transporte individual geridos por apps foi aprovada pelo Senado sem as exigências polêmicas que tornariam o serviço, segundo o Uber e concorrentes, inviável. O texto agora segue para a Câmara e, posteriormente, para sanção ou veto da Presidência da República.

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