EUA colocam Brasil em lista de observação de tráfico humano

Publicado em 01/10/2025, às 08h00
- Feito com I.A.

g1

O Departamento de Estado dos EUA colocou, nesta segunda-feira (29), o Brasil e a África do Sul em uma lista de observação de tráfico humano, alegando que ambos os países falharam em demonstrar progressos suficientes no tema, em meio a tensões crescentes entre seus governos e a administração Trump.

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O relatório anual Trafficking in Persons (Tráfico de Pessoas, em português) avalia os esforços para combater o trabalho forçado, o tráfico sexual e outras formas de escravidão moderna ao redor do mundo. Ele foi publicado nesta segunda, quase três meses após o prazo em que deveria ter sido entregue ao Congresso, depois que a maior parte da equipe responsável pela sua elaboração foi demitida.
 
Brasil e África do Sul foram movidos para a “Lista de Observação do Nível 2” do relatório, o que significa que devem demonstrar maiores esforços no tema ou enfrentar possíveis sanções dos EUA.

Para ambos os países, o documento reconheceu esforços significativos no combate ao tráfico humano, mas afirmou que eles não foram suficientes.

A publicação apontou que o governo brasileiro iniciou menos investigações e processos do que em anos anteriores, e que os tribunais relataram menos condenações iniciais por tráfico.
Trump, republicano, impôs tarifas ao Brasil, além de restrições de visto e sanções financeiras em resposta ao julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, um de seus aliados próximos.

Sobre a África do Sul, o relatório afirma: “Esforços significativos incluíram o lançamento da primeira força-tarefa subprovincial do país e a condenação de mais traficantes. No entanto, o governo identificou menos vítimas, investigou menos casos e iniciou menos processos.”
O presidente Donald Trump acusou a África do Sul, sem apresentar provas, de perseguir sua minoria branca. Ele também lançou um programa de refúgio para sul-africanos brancos e impôs tarifas pesadas ao país.

“O tráfico humano é um crime horrível e devastador que também enriquece organizações criminosas transnacionais e regimes imorais e antiamericanos”, disse o secretário de Estado Marco Rubio em comunicado, que não discutiu as classificações específicas de cada país.
“A administração Trump está dedicada a defender os valores americanos, proteger os trabalhadores americanos e defender nossas comunidades”, continuou.

Em anos anteriores, autoridades do Departamento de Estado respondiam a perguntas de repórteres sobre o levantamento, mas neste ano ninguém foi disponibilizado.

Parlamentares democratas levantaram preocupações no início deste mês sobre o atraso na divulgação do relatório TIP.

O subsecretário de Estado para Gestão e Recursos, Michael Rigas, testemunhou no Congresso em julho que o quadro de funcionários do Escritório de Monitoramento e Combate ao Tráfico de Pessoas, responsável pela produção do documento, foi reduzido em 71% após o Departamento de Estado cortar mais de 1.300 funcionários no início deste ano.

Questionado pela deputada norte-americana Sarah McBride sobre a redução, Rigas defendeu os cortes, dizendo que os demitidos estavam principalmente envolvidos na redação de relatórios.
 

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