EUA retira convite à China para exercícios militares

Publicado em 23/05/2018, às 23h24

Redação

Os Estados Unidos desfizeram um convite à China para participar de um exercício militar internacional no Oceano Pacífico no próximo mês, enviando um sinal de desaprovação a Pequim pelo que as autoridades americanas dizem ser uma recusa chinesa em recuar de sua ofensiva nas ilhas militaristas no Mar da China Meridional.

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De acordo com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, depois de semanas de debates internos no Pentágono, concluiu-se que a China não deveria poder participar do exercício militar, programado para começar no fim de junho.

O exercício, também conhecido como Rimpac, envolve 27 nações, em uma demonstração de cooperação militar internacional. Um convite dos Estados Unidos para participar do exercício carrega um prestígio político, oferecendo legitimidade e aceitação às forças militares que participam.

Da mesma forma, a decisão americana de rescindir o convite às Forças Armadas chinesas também tem um significado político. Os Estados Unidos expulsaram a Rússia do exercício após a incursão de Moscou na Ucrânia em 2014.

“Temos evidências claras de que a China instalou mísseis terra-mar e terra-ar nas ilhas em disputa”, assinalou o porta-voz do Pentágono, tenente-coronel Chris Logan.

“A contínua militarização de zonas em disputa no Mar da China Meridional apenas serve para aumentar a tensão e desestabilizar a região”, um comportamento “incongruente” com os objetivos e princípios das manobras, completou.

As autoridades chinesas em Washington foram notificadas da decisão na manhã desta quarta-feira.

A China já participou em duas ocasiões destes exercícios, em 2014 e 2016. Este ano, as manobras serão realizadas de 27 de junho a 2 de agosto.

Para o ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, a decisão dos Estados Unidos é “muito pouco construtiva”. Ele afirmou, ainda, que a retirada do convite “é inútil para o entendimento mútuo” entre as duas potências e pediu que os americanos mudem a “mentalidade negativa”.

Os comentários foram feitos em uma entrevista coletiva de Wang após conversas com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em Washington.

O Mar da China Meridional, situado entre Vietnã, Filipinas, China e outros países, está sujeito a muitas reivindicações territoriais, o que não impediu Pequim de aumentar sua aposta pela zona, apoderando-se de ilhotas e atóis nos últimos anos.

A China considera que a área é fundamental para impulsionar suas defesas para além da costa continental e, assim, assegurar as rotas de abastecimento de petróleo. Washington e outros países ocidentais insistem que as disputas devem ser resolvidas de forma legal e respeitar a liberdade de navegação.

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