Ex-chefe do Exército argentino é detido por violações dos Direitos Humanos

Publicado em 18/02/2017, às 08h17

Redação

O ex-chefe do Exército argentino Cesar Milani foi detido nesta sexta-feira  (17), acusado de sequestrar e torturar três pessoas durante a ditadura militar (1976-1983). O general da reserva também está sendo investigado pelo desaparecimento de um soldado e por enriquecimento ilícito.

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Milani foi nomeado chefe do Exército em 2013 pela então presidente Cristina Kirchner e ficou no cargo até o fim de seu segundo mandato em 2015 – apesar das denúncias de violações de Direitos Humanos durante a ditadura. Ele foi detido depois de prestar depoimento perante a Justiça sobre a privação ilegal de liberdade e tortura de Ramon Olivera, seu pai Ramon Olivera e Veronica Matta.

Segundo Ramon Olivera, os militares levaram seu pai de casa em marco de 1977. Ele foi solto, mas depois de ter sido torturado durante dois dias e ter sofrido um derrame. Depois foi a vez de Ramon ser preso. Ele disse que reconheceu Milani quando estava sendo torturado.

Milani nega todas as acusações de Olivera e de Veronica Matta, que também foi sequestrada em 1976, quando tinha 17 anos. Ramon Olivera diz que fez a primeira denúncia em 1984, mas o caso ganhou importância quando ele repetiu sua história em 2013 – o ano em que Cristina Kirchner, cujo governo adotou a defesa dos Direitos Humanos como bandeira, nomeou Milani para chefiar o Exército.

O ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007) revogou as leis de anistia de governos anteriores, reabrindo centenas de casos contra militares e civis, suspeitos de envolvimento na tortura e no desaparecimento de milhares de opositores. A viúva e sucessora dele, Cristina Kirchner (2007-2015), manteve a mesma política e tinha a simpatia das organizações de Direitos Humanos, por isso a nomeação de Milani e a decisão de Cristina Kirchner de mantê-lo no cargo, apesar das acusações, causaram surpresa.

O Centro de Estudos Legais e Sociais (Cels), organismo de Direitos Humanos, comemorou a detenção de Milani em um comunicado, mas criticou a demora da Justiça em atuar. “É imprescindível sinalizar que isso só ocorre depois de Milani ter deixado o serviço ativo e a chefia do Estado Maior e quando o governo que o designou para esse cargo concluiu seu mandato”.

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