CNN Brasil
O ex-presidente chinês Jiang Zemin morreu aos 96 anos, informou a mídia estatal nesta quarta-feira (30).
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Nascido em julho de 1926, Jiang começou sua vida profissional como vice-mecânico-chefe na Fábrica de Carros Número Um em Changchun, no nordeste da China, antes de chefiar o Partido Comunista após o Massacre da Praça da Paz Celestial em 1989.
Ele desistiu do cargo de chefe do PC para Hu Jintao em novembro de 2002, e da presidência em março de 2003, e se aposentou de seu cargo final, como presidente da Comissão Militar Central em setembro de 2004, completando assim uma sucessão histórica de liderança para um geração mais jovem de líderes liderados por Hu.
Rumores circulavam periodicamente na liderança e nos círculos diplomáticos sobre Jiang, especialmente sobre discussões entre ele e o atual presidente Xi Jinping sobre políticas que, com o sistema político da China sendo tão opaco e secreto quanto é, são impossíveis de verificar.
Jiang foi visto pela última vez em público em outubro de 2019, entre outros ex-líderes, assistindo a um desfile militar na Praça da Paz Celestial, marcando o 70º aniversário da fundação da República Popular da China.
Jiang confundiu céticos e consertou laços com os EUA
Arrancado da obscuridade para chefiar o Partido Comunista da China após a repressão de Tiananmen em 1989, esperava-se que o ex-presidente chinês Jiang Zemin fosse apenas mais uma figura transitória, destinada a ser uma nota de rodapé na história.
Ainda assim, ele confundiu os pessimistas, registrando uma lista de conquistas depois de tirar a China do isolamento diplomático na era pós-Tiananmen, consertar as barreiras com os Estados Unidos e supervisionar um boom econômico sem precedentes..
Sob Jiang, a China resistiu à crise financeira asiática de 1997-1998, juntou-se à Organização Mundial do Comércio em 2001 e venceu a candidatura para sediar os Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim.
Entre suas realizações de maior orgulho está o retorno de Hong Kong à China em 1997, após mais de 150 anos de domínio britânico, mesmo que o retorno do território tenha sido negociado pelo líder supremo Deng Xiaoping em 1984.
Mais significativo provavelmente foi o seu “Três Representações”, uma teoria progressista com um nome intrigante, que ajudou a moldar a China moderna ao convidar empresários – uma vez perseguidos como cães de corrida do capitalismo – para se juntarem ao partido.
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