Fake: vencedor do Nobel não disse que pessoas vacinadas morrerão em dois anos

Publicado em 28/05/2021, às 19h35
Agência Alagoas -

Agência Alagoas

Circula no WhatsApp uma mensagem com a informação de que o médico francês Luc Montagnier, Nobel de Medicina, teria declarado que todas as pessoas vacinadas contra a Covid-19 morreriam dentro de dois anos. A informação é falsa. O site que realizou a entrevista já desmentiu o boato.

LEIA TAMBÉM

O texto alarmista é compartilhado em formato de imagem. "Todas as pessoas vacinadas morrerão dentro de 2 anos. Prêmio Nobel Luc Montagnier, na entrevista chocante, o maior virologista do mundo afirmou sem rodeios: não há esperança e nenhum tratamento possível para aqueles que já foram vacinados. Devemos estar preparados para cremar os corpos. O gênio científico apoiou as afirmações de outros virologistas eminentes após estudar os ingredientes da vacina. Todos eles morrerão devido a intensificação dependente de anticorpos”, diz a mensagem.

A teoria conspiratória não foi dita pelo virologista e nem faz sentido. O próprio site Rair Foundation, que realizou a entrevista com Montagnier, já desmentiu que o virologista tivesse feito tal declaração. “Estão espalhando um boato cruel de que o Prêmio Nobel afirmou que aqueles que tomam a vacina contra o coronavírus estarão mortos em dois anos. O Prêmio Nobel não disse tal coisa”, diz trecho da nota. 

Conhecido por divulgar ideias extremistas, o site norte-americano publicou no dia 18 de maio uma entrevista com Luc Montagnier, ocasião em que o médico apresentou outras ideias sem comprovação científica. Ele disse, por exemplo, que a vacina criaria variantes, teoria que já foi desmentida por várias agências de checagens. 

O professor de imunologia Eric Muraille, pesquisador do  Fundo de Pesquisas Científicas (FNRS) na Faculdade de Medicina da Universidade Livre de Bruxelas (ULB), explicou ao site de notícias belga RTBF que o fato do virologista francês carregar o título de Prêmio Nobel de Medicina tem sido usado para reforçar argumentos de quem é contra a vacinação, o que não deveria acontecer, já que ele defende ideias sem embasamento científico. 

“O público deve entender que um Prêmio Nobel é apenas um prêmio de prestígio concedido a um trabalho excepcional. Não é de forma alguma uma garantia de que o vencedor é uma fonte de verdade absoluta. Na ciência, nunca é a autoridade ou o maior número que determina o que é verdadeiro. É a racionalidade, a coerência da teoria com o que já se sabe e, especialmente, as provas empíricas, as observações verificáveis ​​que sustentam a teoria”, pontua o médico. “De acordo com as evidências empíricas atuais, a vacinação é, portanto, uma boa forma de combater o aparecimento de novas variantes”, acrescenta.

As vacinas utilizadas no Brasil são reconhecidas e recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que disponibiliza um site com todas as informações sobre a imunização e a eficácia. O portal oferece links com informações detalhadas de cada vacina.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

TV Pajuçara promove leilão solidário de guitarra autografada pelo Biquini Cavadão Prêmio Master Ademi celebra os destaques do mercado imobiliário alagoano Festa Para Sempre Marista celebra 120 anos de história e reencontros no Colégio Marista Maceió Morre a pesquisadora e ambientalista Anita Studer