Falta de recursos ameaça Parque Nacional da Serra da Capivara

Publicado em 08/05/2016, às 19h02

Redação

Patrimônio Mundial da Unesco, o Parque Nacional da Serra da Capivara está ameaçado pela falta de recursos, segundo a diretora-presidente Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), Niède Guidon. “O dinheiro termina em dois meses. É uma situação difícil, que eu não sei mais o que fazer”, disse.

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Criada em 1979, a unidade de conservação arqueológica, localizada ao sudeste do Piauí, reúne em seus mais de 91 mil hectares um dos mais importantes exemplares do patrimônio pré-histórico do país. Em 1991, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) incluiu o parque na lista do Patrimônio Mundial, principalmente devido à importância dos registros rupestres encontrados no local. A administração do local cabe ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) .

“O parque é um parque nacional, quer dizer, é obrigação do governo federal mantê-lo”, diz Niède. “Não tem dinheiro, o problema é esse, o governo está completamente sem dinheiro”. Segundo ela, a Fumdham, que tinha 270 funcionarios, hoje tem 30. Das 28 guaritas de proteção do parque, somente seis têm profissionais.

Niède, diz que a fundação não conta hoje com repasses permanentes. O problema do financiamento começou entre 2012 e 2013.  “Para mantermos o parque como o mantivemos até 2012, precisaríamos de R$ 400 mil por mês. Do jeito que está hoje, precisaríamos de R$ 100 mil. O que acontece é que a gente não sabe da onde vamos conseguir dinheiro”. A Fumdham receberá, de acordo com ela, recursos suficientes para se manter até o final do ano da Petrobrás. “Nós já assinamos. Mas esse dinheiro só vai ser liberado depois de agosto. A partir de julho não temos mais recursos”.

A pesquisadora doutorou-se em arqueologia pré-histórica pela Sorbonne. Desde 1973 integra a Missão Arqueológica Franco-Brasileira, concentrando no Piauí seus trabalhos, que culminaram na criação do Parque Nacional Serra da Capivara. Ao falar do aproveitamento do lugar, indigna-se: “Temos patrimônios na África, com milhões de turistas, com hotéis de cinco, seis estrelas, ganhando dinheiro com isso e, aqui, não”.

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