Família luta na Justiça para confirmar identidade de corpo trocado durante a pandemia

Publicado em 21/08/2025, às 09h07
Juarez Queiroz tinha 64 anos e morreu em maio de 2020 - Foto: Reprodução

Eberth Lins com TV Pajuçara

Familiares de Juarez Queiroz de Lima, de 64 anos, falecido em maio de 2020, seguem em uma batalha judicial para confirmar a identidade do corpo que lhes foi entregue durante a pandemia da Covid-19. Segundo eles, houve uma troca de cadáveres no Hospital Sanatório, em Maceió, onde Juarez faleceu após complicações causadas pela insuficiência renal e pela infecção do coronavírus.

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Na mesma data, outra paciente, Benedita Francisca Cândido dos Santos, de 78 anos, também veio a óbito na mesma unidade de saúde. De acordo com os filhos de Juarez, os corpos dos dois pacientes teriam sido trocados.

Inconformados com a situação e sem realizar um funeral em família, os filhos ingressaram na Justiça pedindo a exumação do corpo atribuído a Juarez, a realização de exame de DNA e a possibilidade de realizar o sepultamento em local apropriado, conforme o desejo do pai, que era ser enterrado no túmulo dos pais.

“Ligaram pra gente dizendo que ele tinha falecido e que deveríamos ir buscar o corpo para os trâmites legais. Quando chegamos lá, não havia ninguém para despachar o corpo, essa foi a primeira negligência. Abrimos o necrotério e não havia nenhum funcionário. A própria funerária pegava os corpos, identificados apenas com etiquetas, já que não se podia abrir os sacos mortuários por causa da Covid. Quando chegamos à funerária, o corpo que estava lá não era o do meu pai", relatou Janderson Lima, filho de Juarez.

"[Funcionários] Acionaram a gerente-geral que estava de folga e disseram 'será que não levaram o seu Juarez no lugar da senhorinha'. Foi isso que aconteceu, uma outra funcionária levou o corpo do meu pai achando que era de uma senhora", afirma.

Juarez teve sete filhos e o desejo, segundo familiares, era ser sepultado no túmulo dos pais, mas o corpo está enterrado em um túmulo pertencente a desconhecidos, em um cemitério no Benedito Bentes.

"Passaram cinco anos, a gente não fez enterro. A gente sabe onde ele supostamente está, que é num cemitério do Benedito Bentes, mas não tivemos acesso a nada", lamenta Janderson, apelando para que a causa seja julgada e o corpo possa ser devidamente sepultado pelos entes.

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