Festas em Alagoas e leilão de Neymar: quem é o empresário alvo da PF que lucrou mais de R$1bi

Publicado em 17/09/2025, às 12h20
- Reprodução

Pedro Acioli*

Violações ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro. Todos estes crimes são apontados ao empresário Alan Cavalcante do Nascimento, dono da empresa Global Mineração, responsável por operações na Serra do Curral e em outras regiões de Minas, que lucrou mais de R$1,5 bilhão com esquemas

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Alan tem uma mansão de três andares localizada em um condomínio de luxo no município de Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió, capital de Alagoas. Ele é conhecido por promover três semanas de festa, com direito a pool party e passeios de catamarã. 

Uma das festas mais famosas que gosta de promover é a de Réveillon, quando cerca de quinhentos convidados costumam assistir a shows ao vivo, no ano de 2023 foi do cantor de Raí Saia Rodada, cujo cachê pode chegar a 400 mil reais por apresentação. 

Até o ano de 2010, Cavalcante nunca havia trabalhado na área de mineração. Ele era envolvido com corridas de motocross e comemorações no modesto quintal da casa em que vivia, em Arapiraca, no agreste alagoano. Ele também já trabalhou como professor de matemática na cidade de Teotônio Vilela e na área de telecomunicações em Arapiraca. 

No ano de 2023, ele chamou atenção dos holofotes após participar do Leilão promovido pelo jogador Neymar Jr. Na ocasião, ele comprou um blazer e um cordão de diamantes utilizados pelo craque do Santos pelo valor de R$1.2 milhão, o maior lote do evento. 

Como funcionava o esquema?

De acordo com as investigações, o grupo teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração, com a finalidade de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas.

Essas autorizações eram utilizadas para usurpar e explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos, segundo aponta a PF. 

A organização criminosa teria atuado para neutralizar a ação do Estado, dificultando as investigações e monitorando autoridades. Além disso, utilizou diversas maneiras para lavar o dinheiro obtido com as práticas ilícitas.

O valor bloqueado pela Justiça Federal de R$1,5 bi seria relacionado ao lucro que a organização teve com as práticas criminosas. No entanto, foram identificados projetos em andamento vinculados ao grupo com potencial econômico superior a R$18 bilhões. 

Operação

Estão sendo realizados três mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva em Alagoas, inclusive em um condomínio de luxo localizado no município de Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió. Ao todo, são 79 mandados de busca e apreensão, sendo 22 mandados de prisão preventiva.

Os investigados poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da união, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraçamento à investigação de organização criminosa.

*Com informações da Revista Piauí

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