Fujimori diz que voltar à prisão será sua sentença de morte

Publicado em 04/10/2018, às 22h54
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Folhapress

O ex-líder peruano Alberto Fujimori, 80, disse nesta quinta (4) que, se for levado à prisão novamente, será uma "sentença de morte".

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"Quero pedir ao presidente da República, aos membros do Poder Judiciário, só uma coisa: por favor não me matem; se eu voltar à prisão, meu coração não vai suportar, está muito fraco para voltar a passar por isso. Não me condenem à morte", disse o ex-líder em vídeo gravado na clínica onde está desde esta quarta.

A Suprema Corte anulou na quarta-feira o indulto concedido a Fujimori em dezembro pelo ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK. O tribunal ordenou que o ex-chefe de Estado (1990-2000) volte para a prisão depois de dez meses de liberdade. Ele foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade e corrupção.

O ministro do Interior, Mauro Medina, disse que Fujimori será levado à prisão assim que tiver alta.

A anulação do indulto a Fujimori reacendeu a guerra entre seus filhos, Keiko e Kenji. Fujimori continua desfrutando de alta popularidade no Peru por ter acabado com o terrorismo do grupo Sendero Luminoso e a hiperinflação. O legado é disputado por seus filhos, ambos os quais têm ambições de ascender à presidência nas eleições de 2021.

O cisma no fujimorismo foi selado em junho quando o partido que Keiko, 43, lidera –e que domina o Congresso– conseguiu tirar o assento parlamentar de Kenji, 38, que se opôs à cruzada de sua irmã para destituir PPK.

Kenji havia dito em maio que, se o indulto fosse anulado, seria por culpa do partido Força Popular, de sua irmã, que ele ajudou a fundar em 2011 e do qual se afastou em fevereiro passado.

Kenji surpreendeu em 21 de dezembro quando, à frente de dez legisladores fujimoristas leais a ele, salvou PPK de ser destituído pelo Congresso. Assim, rompeu a unidade do fujimorismo e despertou a ira de sua irmã, que mantinha encurralado PPK desde que este assumiu. Três dias depois, PPK deu o indulto ao ex-líder.

Em março, um suplente de Keiko acusou Kenji de negociar votos para frustrar uma nova moção de vacância. O escândalo e levou à renúncia de PPK. Em junho, o Congresso suspendeu Kenji.

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