Pedro Acioli*
O grupo suspeito do golpe do falso financiamento fez diversas vítimas em Alagoas e atuava em todo o país. A organização foi alvo da “Operação Contrato Cego” realizada nas primeiras horas desta quinta-feira (23), em Maceió. A informação foi revelada pela Delegada Michelly Santos.
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Em entrevista à TV Pajuçara, adelegada Michelly Santos, da Delegacia de Estelionatos da Polícia Civil, explicou que o grupo atuava realizando estelionatos em massa, com diversas vítimas. São pelo menos 120 vítimas no estado de Alagoas, mas especula-se que o número pode ser muito maior.
“Aqui em Alagoas temos 120 processos cíveis. Fora os boletins de ocorrência e a área criminal que a gente está investigando. Já no Brasil inteiro, são cerca de 3.700 processos. Eles atuavam de forma organizada e nessa fase da operação estamos investigando a ‘mão’ e o ‘braço’ do que atuava aqui no estado", revelou a delegada.
As investigações da Polícia Civil verificaram que os suspeitos induziram as vítimas a assinar contratos de consórcio disfarçados de financiamentos imobiliários, mediante pagamento de entrada e promessa de entrega imediata do imóvel.
Duas pessoas foram presas e estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão nos bairros da Jatiúca, Farol, Serraria, Santa Lúcia e Benedito Bentes, todos na capital alagoana.
Como atuava o grupo?
O grupo utilizava pessoas jurídicas individuais para fazer contratações de corretores e captação de clientes, principalmente através das redes sociais. Em seguida, eles levavam as vítimas para escritórios, onde realizavam as assinaturas e os pagamentos iniciais dos falsos financiamentos de imóveis.
Ainda de acordo com a delegada Michelly Santos, atualmente, a organização utilizava duas sedes, mas as mudanças dos falsos estabelecimentos eram constantes para dificultar a atuação da polícia.
“Eles ficam migrando de sede. A intenção deles era realmente não serem descobertos”, explicou Michelly.
A Operação
A ação foi coordenada pelos delegados Dalberth Pinheiro e Michelly Santos, da Delegacia de Estelionatos da Polícia Civil. Já o efetivo utilizado na operação conta com policiais civis da Delegacia de Estelionatos, Diretoria de Polícia Judiciária 1 (DPJ1), Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
Além do Setor de Planejamento Operacional, Delegacia Especializada de Roubos da Capital (DERC), Operação Policial Litorânea Integrada (OPLIT), 10° Distrito Policial (10°DP) e Departamento Estadual de Aviação (DEA).
A expressão do nome "Contrato Cego" simboliza a cegueira induzida no momento da contratação, onde o engano era parte estruturante do golpe.
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