Governadores de 16 estados pedem que auxílio emergencial suba para R$ 600

Publicado em 24/03/2021, às 15h47
EBC -

Folhapress

Governadores de 16 estados assinaram uma carta à cúpula do Congresso pedindo que o valor do auxílio emergencial neste ano seja de R$ 600 por mês. Portanto, mais alto do que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prevê pagar.

LEIA TAMBÉM

"É importante entender o esforço de mitigação da crise atual para os mais vulneráveis como extraordinário e temporário", diz o texto.

Assinaram a carta os nove governadores do Nordeste, além dos mandatários de Amapá, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. A lista, portanto, inclui políticos próximos de Bolsonaro, como o governador Ratinho Júnior (Paraná).

Na semana passada, o governo editou duas MPs (medidas provisórias) que liberam a nova rodada do auxílio emergencial. Neste ano, o orçamento do programa é menor e o valor das parcelas será mais baixo do que a assistência paga em 2020.

O valor padrão do benefício será de R$ 250, mas o pagamento não será o mesmo para todos os 45,6 milhões de beneficiários estimados pelo governo.

O pagamento vai depender da composição familiar. Para mulheres chefes de família, o valor será de R$ 375. Pessoas que vivem sozinhas receberão R$ 150 por mês.

"Entendemos que a redução dos valores do auxílio emergencial é inadequada para a eficácia da proteção da população. Enquanto a vacinação não acontecer em massa, precisamos garantir renda para a população mais vulnerável", afirmam os governadores.

Na carta, eles avaliam que o ritmo de vacinação está lento. "Temos o cenário dramático de quase 300 mil vidas perdidas. Diariamente, vemos recorde de mortes, lotação de leitos hospitalares, ameaça de falta de medicamentos e esgotamento das equipes de saúde. O calendário nacional de vacinação e a obtenção de novas doses de imunizantes contra a Covid-19 estão mais lentas do que as respostas que precisamos para reverter esse quadro".

O governo conseguiu aprovar no Congresso uma trava de R$ 44 bilhões para o custo da nova rodada do auxílio emergencial em 2021. Isso coloca limites à cobertura do programa num momento de auge da pandemia da Covid-19.

Um dos argumentos é que, no ano passado, o país gastou muito e, por isso, precisou se endividar bastante. Assim, o Ministério da Economia quer limitar as despesas em 2021.

Na carta, os governadores dizem que entendem a importância de o Brasil não se desviar de seu compromisso com a responsabilidade fiscal, mas defendem que isso seja feito no futuro, deixando espaço agora para a assistência aos mais vulneráveis.

Conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo, com o agravamento da pandemia, a equipe econômica passou a reconhecer nos bastidores a possibilidade de decretação de estado de calamidade pública neste ano caso a pandemia do coronavírus siga em situação crítica nos próximos meses, com elevado número de mortes e medidas restritivas nas cidades.

Isso abriria caminho para expandir os gastos com a pandemia, inclusive com o auxílio emergencial.

Por serem medidas provisórias, os atos que lançaram o novo auxílio emergencial em 2021 entram em vigor imediatamente, mas precisam do aval do Congresso em 120 dias. Cabe ao Congresso modificar as regras do programa ou manter o proposto por Bolsonaro.

Aliados do presidente avaliam a estratégia de evitar que essa proposta seja votada na Câmara e no Senado, pois, quando as medidas provisórias perderem a validade, a nova rodada -prevista para 4 meses de auxílio- já estaria concluída, e paga no valor padrão de R$ 250 defendido pelo governo.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Protótipo de carro voador produzido no Brasil faz primeiro voo Polícia prende segundo homem envolvido no roubo de obras de arte em SP Polícia Federal mira deputados em operação que apura desvio de cotas parlamentares Conteúdo pornográfico é exibido em TV de recepção de hospital