Governo federal decide revogar decreto que extingue Reserva

Publicado em 25/09/2017, às 16h29

Redação

Após repercussões negativas, o governo federal decidiu revogar o decreto que extinguia a Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados), área de aproximadamente 4 milhões de hectares na divisa do Sul e do Sudoeste do Amapá com o Noroeste do Pará, segundo fontes ouvidas pelo UOL.

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A decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (26).

Em 23 de agosto, o governo publicou decreto que acabava com a reserva a fim de atrair novos investimentos privados no setor de mineração. A área é rica em ouro e outros minérios, como ferro, manganês e tântalo, e conta com terras indígenas. Ela foi criada em 1984, durante o regime militar, e mantinha área de alto potencial para exploração.

A extinção, proposta pelo Ministério de Minas e Energia em março, permitiria a concessão para exploração mineral. O argumento da pasta era de que a medida seria necessária para viabilizar o potencial da região e estimular o desenvolvimento econômico dos dois Estados. O governo também alegava que a regulamentação coibiria os garimpos ilegais existentes no local.

Em 5 de setembro, o governo publicou portaria que suspendia os efeitos da abertura da Renca e determinava que qualquer processo só seria analisado após ampla discussão com a sociedade. O governo também se comprometeu a prestar esclarecimentos sobre os motivos da extinção da Renca e seus resultados.

A medida suspendia a permissão para novas explorações minerais. Na ocasião, o Ministério de Minas e Energia informou que as iniciativas de promoção de desenvolvimento sustentável para a região seriam apresentadas em até 120 dias.

Repercussão de fim de reserva

No entanto, a notícia foi mal recebida por parte de ambientalistas e outros setores da sociedade, especialmente a classe artística. Para os grupos, o decreto poderia colocar em risco áreas protegidas e trazer consequências indesejáveis, do ponto de vista deles.

Por exemplo: explosão demográfica, desmatamento, comprometimento dos recursos hídricos, perda de biodiversidade, acirramento dos conflitos fundiários e ameaça a povos indígenas e populações tradicionais. 

A modelo brasileira Gisele Bündchen foi uma das personalidades que mais reclamaram de decisões ambientais do governo. No Rock in Rio, ela falou sobre a importância da conservação da Amazônia e cantou "Imagine", de John Lennon, ao lado de Ivete Sangalo. Ao longo do discurso, o público gritava "Fora, Temer".

Em junho, Gisele já havia chamado uma Medida Provisória que alteraria os limites do Parque Nacional do Rio Novo e da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no Pará de "vergonha", e recebeu forte apoio.

Em resposta, o presidente da República, Michel Temer, a citou em uma publicação assegurando que que vetaria a medida, o que foi feito. No entanto, logo depois o governo enviou ao Congresso um Projeto de Lei com as mesmas alterações na Floresta do Jamanxim.

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