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Um homem recebeu três tiros de um vizinho no centro de São Paulo, neste domingo (22). Amigos e testemunhas afirmam que o autor dos disparos fez insultos homofóbicos, antes e depois de atirar. A polícia prendeu o aposentado Adel Abdo, 89, em flagrante. O caso foi registrado como tentativa de homicídio pelo 2º DP Bom Retiro.
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As agressões teriam começado no sábado (21), quando a vítima promoveu uma festa no prédio onde mora na República, centro da capital. Um participante afirma que o aposentado ameaçou "meter bala" nos convidados, que "viado tinha que morrer" e que não queria "gay no prédio dele". "Para ser sincero, a confusão só começou porque era uma festa com pessoas gays", relata o amigo Igor Fernandes.
No domingo (22), o aposentado esperou na entrada do prédio e disparou três vezes. Um dos projéteis acertou o rosto do contador Rafael Dias, de 33 anos, que foi internado e operado na Santa Casa de Misericórdia. O quadro de saúde é considerado estável. Com a chegada da polícia militar, o autor entregou um revólver calibre 22 e confessou o crime.
Imagem de sistema da portaria retrata o autor dos disparos, o aposentado Adel Abdo, 89
O advogado da vítima, José Beraldo, vai defender que o crime seja investigado como homofobia. Desde junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) considera a homofobia como crime de racismo. Na prática, autores de ataques contra LGBTs podem ter a punição aumentada de um a três anos de prisão ou multa.
O número de registros de homofobia aumenta desde 2012 em São Paulo. Apesar disso, Universa mostrou que apenas 1 a cada 6 boletins de ocorrência são investigados.
No fim desta segunda (23), Abdel Abdo vai passar por uma audiência de custódia em que um juiz vai determinar se ele vai continuar preso.
Atualização: após a publicação da reportagem, o aposentado foi liberado e terá que manter distância da família da vítima, não portar armas, manter endereço fixo e acatar ordem da Justiça para prestar depoimento.
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