Inca opera primeira criança para retirada de tumor agressivo do abdômem

Publicado em 28/01/2016, às 19h49
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Redação

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) informou hoje (28) ter feito, com sucesso, a primeira cirurgia de citorredução associada a quimiohipertermia em uma criança, no Sistema Único de Saúde (SUS).

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A cirurgia ocorreu há um mês em uma criança de 7 anos e envolveu a retirada completa de um tumor agressivo da cavidade abdominal, seguida da aplicação de quimioterápico aquecido na área afetada pela doença. O objetivo foi eliminar possíveis resíduos de células cancerígenas. O equipamento de perfusão usado na cirurgia foi desenvolvido no próprio instituto, especialmente para esse tratamento, informou a assessoria de imprensa do Inca.

O procedimento foi feito pelo médico Odilon de Souza Filho, da seção de cirurgia abdômino-pélvica do Inca, especializado nessa área, onde tem efetuado operações semelhantes em adultos. O Inca foi pioneiro no procedimento de citorredução associado à quimiohipertermia em adultos em 1998. No instituto costumam ser operadas dois adultos por mês pelo SUS, informou Souza Filho. Em países como Estados Unidos e França, médico disse que os centros especializados fazem apenas uma cirurgia mensal desse tipo, que custa cerca de US$ 100 mil e 58 mil euros, respectivamente.

Segundo relatou o médico, a criança operada passa bem e já teve alta. “Está um espetáculo”, comemorou o cirurgião. ”O sucesso é a gente conseguir fazer a cirurgia e em caso que há pouca doença”. Ele disse que no caso desse paciente pediátrico, a patologia foi tratada previamente, o que determinou uma redução do tumor. Com isso, a cirurgia teve menor complexidade.

O tumor desmoplásico de pequenas células redondas abdominal é uma doença rara que acomete a camada interna da cavidade abdominal e diminui a qualidade de vida do paciente, explicou o especialista. Ele explicou que o tratamento de quimiohipotermia só tem sucesso quando é feita uma cirurgia de citorredução máxima. De acordo com o Inca, o tratamento tem um custo alto e deve ser feita apenas em casos que exigem uma citorredução agressiva, nos quais há ressecção completa do tumor na cavidade peritoneal.

Odilon de Souza Filho acredita que o sucesso da operação e do tratamento dessa criança abrirá oportunidade para que novos pacientes pediátricos sejam operados no Inca dessa mesma patologia.

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