Investigação detalha esquema que matou agiota carbonizado em caminhonete

Publicado em 25/09/2025, às 15h59
- Arquivo

TNH1

O inquérito da Polícia Civil que investiga a morte do agiota Rubens Lima Barreto ganhou novos desdobramentos. A vítima foi encontrada carbonizada na carroceria da própria caminhonete, abandonada em um canavial de Marechal Deodoro, em 28 de julho de 2025.

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A delegada Juliana Santos, responsável pelo caso, revelou que as investigações caminham para desvendar todo o esquema que levou ao crime.

A VÍTIMA

Rubens atuava como agiota para comerciantes da Barra Nova, povoado onde aconteceu o crime. Natural de Minas Gerais, ele estava em Alagoas para resolver pendências.

De acordo com a polícia, o homem não tinha imóvel no estado e demonstrava interesse em adquirir uma casa na Massagueira. Esse teria sido o ponto central da disputa que culminou no assassinato.

O ESQUEMA

Três pessoas são apontadas como suspeitas:

Segundo a delegada, o casal teria discutido com a vítima em torno do imóvel da Massagueira. Rubens costumava usar contratos de compra e venda como garantia para os empréstimos, e teria interesse em adquirir o imóvel para se estabelecer em Alagoas.

Este imovel é o centro da discussão, da desavença. Eles tinham conhecimento que a vítima chegaria. Ela veio de Minas Gerais para resolver pendências e não estava com imovel aqui. Inclusive, tinha interesse no imovel", explicou Juliana Santos.

Para a polícia, o trio decidiu matar o agiota. A execução e a forma como o corpo foi deixado carbonizado indicam que havia a intenção de ocultar ou destruir documentos relacionados às negociações.

O crime teria sido cometido pelos dois homens, com participação da mulher. Outras possíveis participações ainda não estão descartadas.

Além do homicídio, os suspeitos levaram dois celulares da vítima.

O RASTRO FINANCEIRO

A mulher passou a ser investigada após uma movimentação suspeita na conta digital de Rubens, registrada em nome de um familiar do agiota. O trio tentou transferir R$ 1,5 mil para a conta da suspeita, mas acabou devolvendo o valor ao perceber que poderia levantar suspeitas. Ainda assim, a parente do agiota notou a operação e acionou a polícia.

Outro movimento, de R$ 2 mil, seria direcionado para a conta do marido da mulher, via QR Code, mas a transação não foi concluída.

Nós conseguimos verificar os rastros digitais, inclusive com a colaboração da família da vítima, já que [a conta] estava em nome de familiar. Ela conseguiu acessar, verificar essas transações suspeitas que foram realizadas logo após a morte dele", detalhou a delegada.

A mulher chegou a prestar depoimento dias após o crime, mas não havia elementos suficientes para mantê-la detida. Com novas provas, ela foi presa na manhã da última quinta-feira (25). O marido segue foragido.

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