Eberth Lins e Ana Carla Vieira
A tragédia familiar que chocou Alagoas esta semana começa a ganhar novos contornos. Um irmão da médica Nádia Tamyres, presa por matar a tiros o ex-marido, o também médico Alan Carlos, em frente a uma unidade de saúde, no município de Arapiraca, procurou a imprensa com uma narrativa que depõe contra a própria irmã.
LEIA TAMBÉM
Em entrevista ao TNH1, Emerson Lima Barros condena a atitude de Nádia, e afirma que a família já havia procurado a promotoria de justiça para denunciar a conduta da irmã. Ele afirma que há, inclusive, laudo que nega conjunção carnal na criança, o que teria influenciado para a absolvição do médico na denúncia de estupro. O laudo foi repassado à reportagem do TNH1, como pode ser conferido mais abaixo na reportagem.
Segundo Emerson Lima Barros, o ex-cunhado foi morto de forma covarde e a irmã teria premeditado tudo, inclusive com interesses financeiros.
"Ela não agiu em legítima defesa, tanto é que a quantidade de disparos não atua como legítima defesa. Ela não agiu corretamente. Depois que nós descobrimos toda a verdade, ninguém estava apoiando. Eu não estava a apoiando. Minha mãe não estava apoiando. Ela agiu covardemente depois que viu que as mentiras estavam sendo descobertas", afirma o irmão de Nádia.
"Ela matou um inocente"
De acordo com Emerson, a família está em choque e certa de que a médica matou um homem inocente. "Eu como irmão já a defendi com unhas e dentes, travei brigas por ela. Mas aí o tempo foi passando e fomos percebendo que ela mentia. Nós acreditamos na inocência do Alan, ela matou um inocente. Minha mãe, que também é mãe dela, sabe da verdade, sabe que ela matou um inocente", disse.
Para o irmão da médica, ela agiu de caso pensado e foi orientada a não dividir bens em comuns com o ex-marido. "O Alan nunca deixou de amar a Nádia e ela sabia disso. Porque ela nunca pediu o divórcio? Agora ela é viúva e tem posse de tudo que era dele, ela foi bem orientada", diz, citando o bem comum mais recente do ex-casal.
"Eles construíram uma academia juntos, a inauguração está marcada para o próximo dia 22. Era o sonho do Alan, vamos inaugurar nem que tenhamos que ir com a polícia", conta o homem dando a entender que há uma disputa.
Emerson conta ainda que morou ao menos 15 anos com o cunhado e com a irmã e que nunca presenciou nada que desabonasse a conduta de Alan. "Fui para a Bolívia com eles quando foram estudar Medicina, moramos em Minas Gerais e São Paulo. A gente tinha liberdade para conversar sobre tudo, sobre mulheres. Nunca vi nada de errado".
Questionado sobre a denúncia de Nádia de estupro de vulnerável contra a filha, ele rebate: "Uma grande mentira, tanto que ele foi inocentando. Estava trabalhando em Maceió, quando meu outro cunhado me ligou contando. Fui direto na casa dela, acreditei na palavra dela, mas depois vimos os laudos e a máscara dela foi caindo. Temos laudo que comprovam que foi mentira e minha esposa trabalhou como babá da minha sobrinha, ela percebeu que a menina repetia tudo que a mãe mandava", contou.
Veja foto do laudo enviado por Emerson:
Denúncia ao Ministério Público
Segundo Emerson, ele e a mãe chegaram a procurar o Ministério Público em Arapiraca para denunciar a conduta da irmã.
"Outro irmão nosso nos contou que ela disse que se perdesse esse processo, mataria a menina e depois se mataria. Fomos lá na promotoria, minha mãe disse que ela tinha capacidade de fazer isso, que o dinheiro tinha subido à cabeça dela", frisou.
Após a prisão da mãe, a menina está sob a guarda da avó materna. "Minha mãe está cuidando da criança no momento e está morrendo de medo que ela seja solta, que tenha acesso a outras armas e faça uma tragédia novamente", expôs.
O caso
O médido Alan Carlos foi assassinado a tiros dentro de um carro em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS), no Sítio Capim, na zona rural de Arapiraca, Agreste de Alagoas. A suspeita, que também é médica, é ex-esposa da vítima e foi presa. O caso foi registrado neste domingo, 16.
A mulher foi localizada e detida em Maceió com a arma do crime. Imagens que circulam nas redes mostram o momento após o assassinato. O homem estava no banco do motorista, sem vida, sendo abraçado por uma outra mulher. Populares se aglomeraram ao redor do veículo.
LEIA MAIS