Gabriel Amorim
O caso da médica Nádia Tamires, que matou a tiros o ex-marido, o também médico Alan Carlos, no dia 16 de novembro, em Arapiraca, ganhou novos desdobramentos nessa sexta-feira (21).
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Dois irmãos divulgaram versões e documentos sustentando a denúncia de abuso contra a filha do ex-casal, que tinha apenas 2 anos de idade na época. O crime teria sido cometido pelo próprio pai.
Alan foi morto dentro do carro. Nádia foi presa no mesmo dia e teve a prisão preventiva decretada. Em interrogatório, ela alegou legítima defesa, mas a hipótese não foi acatada pela Justiça.
Os relatos dos irmãos, Nayara Thaís e Elias Lima, foram divulgados pela defesa da médica. Eles afirmam que há laudos que apontariam indícios de abuso sexual contra a criança (veja documentos abaixo).
"Houve o estupro, sim, da minha sobrinha. Temos provas, laudos, imagens que mostram a lesão. Estupro não precisa do pênis. Foi feita uma perícia em clínica e foi comprovado o estupro", declarou Nayara.
As falas surgem dias após a mãe de Nádia, Josefa Alves de Lima Cavalcante, e outro irmão da médica, Emerson Lima Barros, criticarem a ação da filha e defenderem a inocência do ex-genro.
"MINHA MÃE E MEU IRMÃO ESTÃO SENDO USADOS"
Nayara também afirmou que a mãe e o irmão, que acusaram a médica de mentir e defenderam que Alan Carlos era um inocente, são pacientes psiquiátricos e estariam sendo manipulados. Segundo ela, a mãe tem histórico de traumas e faz uso de medicação controlada.
"Ela está sendo utilizada para propagar mentiras e inverdades. A minha mãe não tem conhecimento técnico para estar falando, ela é uma paciente psiquiátrica. Quando cair em si de tudo o que está acontecendo, eu não sei como ela vai ficar", disse.
A irmã ainda defendeu Nádia, dizendo que ela sempre sustentou a família e que não teria premeditado o crime.
"Minha irmã ajuda todos da minha família, sem exceção. Era uma excelente profissional, amada pelos colegas. Canta na igreja todos os domingos. Ela fez o que fez para salvar a filha."
IRMÃO RELEMBRA O DIA DO CRIME
Elias, outro irmão da médica, reforçou a linha de que não teria sido um crime premeditado e relatou o que teria acontecido momentos antes dos disparos.
"Ela saiu da esquina da casa dela poucos minutos antes. Meu sobrinho teve um neném recentemente e está passando por dificuldade financeira. Ele disse: 'Tia, tem como você me ajudar?'. Ela não pensou duas vezes. Foi ao mercado, fez uma compra para ele e voltou para casa. Quando chegou na esquina, encontrou o ex-marido e a cunhada do lado, que já tinham problemas com ela. Era pra esperar mais o quê? Era pra esperar outra pessoa sacar a arma?”, questionou.
Ele afirmou ainda que Nádia tinha condições financeiras de terceirizar um crime, caso esse fosse o objetivo.
“Ela esperou a Justiça, que não está sendo feita. Minha irmã está presa. O pai da menina, morto. Cadê a justiça, gente?", desabafou.
O CASO
Alan Carlos foi morto a tiros dentro do carro em frente à Unidade Básica de Saúde (UBS) do Sítio Capim, na zona rural de Arapiraca, no dia 16 de novembro. A autora dos disparos, a médica e ex-esposa da vítima, foi localizada e presa horas depois em Maceió.
Imagens mostram o momento após o assassinato. O homem estava no banco do motorista, sem vida, sendo abraçado por uma outra mulher. Populares se aglomeraram ao redor do veículo. Assista abaixo:
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