Israel bombardeia aeroporto na Síria que recebia ajuda a vítimas de terremoto

Publicado em 22/03/2023, às 12h44
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Folhapress

Um ataque aéreo de Israel causou danos ao aeroporto de Aleppo, no norte da Síria, e o levou a paralisar suas atividades na manhã desta quarta-feira (22).

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O espaço é um dos principais pontos de recebimento de ajuda humanitária para os afetados pelo terremoto que devastou o norte do país e o sudeste da Turquia no mês passado —segundo o Ministério dos Transportes sírio, ao menos 80 aeronaves aterrissaram ali com esse propósito desde o sismo.

Fontes de inteligência locais afirmam que a ofensiva tinha como alvo um depósito de armas pertencente a milícias pró-Irã em uma base aérea militar próxima dali, Nairab. No último mês, o lugar foi usado com frequência para receber armamentos iranianos, aproveitando justamente o tráfego constante dos aviões de carga que trazem auxílios às vítimas do sismo.

O Ministério de Defesa da Síria afirmou que os mísseis israelenses foram lançados a partir do mar Mediterrâneo, a oeste da cidade costeira de Latakia —onde está o principal porto sírio—, às 3h55 do horário local, ou 21h55 de terça-feira (21) no horário de Brasília.

A pasta acrescentou que, devido aos danos na pista e a algumas instalações, o aeroporto interromperia todo o funcionamento até ser devidamente reparado. Todos os voos programados foram transferidos para os aeroportos de Damasco e de Latakia.

Este é o segundo ataque israelense ao aeroporto de Aleppo em menos de um mês —em 7 de março, um bombardeio provocou três mortes e também interrompeu seus serviços, segundo a ONG o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. A ação é uma de centenas feitas por Israel contra alvos pró-Irã na Síria nos últimos anos.

Teerã é um dos poucos aliados da ditadura de Bashar al-Assad, e suas tropas atuam junto às de Damasco desde 2011, quando começou a guerra civil no país. Milícias apoiadas pelo regime do aiatolá Ali Khamenei têm influência especial sobre Aleppo, e ajudaram as forças de Assad a retomar o controle da cidade em dezembro de 2016, ao lado do Exército russo.

A Síria nega as alegações de que o Irã tem uma grande presença militar no país. Já Israel —que raramente assume a autoria de suas ações militares no país vizinho, e se recusou a comentar o episódio à Reuters— afirma que deseja impedir o estabelecimento de forças pró-iranianas na Síria.

Uma dessas forças é o grupo muçulmano xiita Hezbollah —poderoso movimento armado apoiado pelos iranianos. Eles, junto a outras partes aliadas do Irã, hoje controlam vastas áreas no leste, sul e nordeste da Síria, além de vários subúrbios ao redor da capital.
 

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