'Jamais pensei que ia perder o Brasileirão', diz Luís Castro sobre Botafogo

Publicado em 02/01/2024, às 12h59
Divulgação / Al-Nassr -

Folhapress

Luís Castro, ex-técnico do Botafogo e atual comandante do Al-Nassr, entrou em detalhes sobre seu período no futebol brasileiro. Em entrevista ao jornal português O Jogo, o treinador falou sobre a queda de rendimento do Alvinegro na reta final do Brasileirão 2023.

LEIA TAMBÉM

O QUE LUÍS CASTRO DISSE

Explicações para a perda do título brasileiro: Sei pouco do que se passou após a minha saída. Não tenho o atrevimento de tentar falar de coisas que desconheço, uma arte que muitos têm mas eu não tenho. (...) Foi com tristeza que não vi o Botafogo campeão. Depois de ver o time com 13 pontos de vantagem jamais pensei que iria claudicar. Mas não é o fim do mundo, porque o Botafogo é um clube de grande prestígio, com uma história maravilhosa e ídolos que são referências do futebol mundial."

Impressões sobre o time: "Estava convicto de que o Botafogo ia ser campeão, pela qualidade dos jogadores e pela sua dimensão humana. Eram fantásticos, mas como em tudo na vida é necessário contexto para a qualidade se manifestar. Em determinado momento esse contexto não existiu e aconteceu o que todos sabem. É uma equipe que jamais esquecerei, fundamentalmente pela forma unida como esteve nos momentos ruins, em que nos fechamos muito e evitamos que nos atrapalhassem."

Trajetória no Botafogo: "Chegamos e não tínhamos nada. Não havia CT, campo para treinar e o estádio tinha más condições. Não havia um local para fazermos as refeições juntos, não tínhamos massagens, nem sequer macas. A equipe vinha da Série B e tinha de ser reconstruída, apesar de ter muitos jogadores e seres humanos bons. Tínhamos de refazer tudo. Encontramos também uma mentalidade muito fatalista. Após um jogo, ganhando ou perdendo, as pessoas pensavam que não iriam voltar a vencer."

Melhora do rendimento no fim do trabalho: "Na primeira temporada criamos essas condições (estruturais e de mentalidade, citadas acima) e partimos para a segunda com o objetivo de conquistar uma vaga na Libertadores. O compromisso com o grupo era simples e passava por melhorar sempre a classificação. E se estivéssemos em primeiro a ideia era aumentar a vantagem. Depois de um Carioca muito ruim, quase todo mundo pediu a minha saída, curiosamente os mesmos que depois pediram para eu ficar. Mas ainda somos donos de nós mesmos".

Relação com a torcida: "Há momentos em que é melhor não sair de casa, mas nunca tive uma má abordagem na rua. Agradeço ao povo brasileiro a forma como sempre fui tratado. Senti apoio e carinho. Num estádio compreendo as emoções."

Desejo de retornar ao Brasil: "Gostei muito e um dia talvez volte. Aliás, posso afirmar que gostaria de voltar ao Brasil. Tenho muito boas recordações de tudo. É um campeonato com uma competitividade enorme, há equipes campeãs que descem de divisão. Nada pode ser dado como adquirido, pois a luta é até ao fim."

A DERROCADA DO BOTAFOGO SEM LUÍS CASTRO

O técnico português deixou o clube carioca em junho, após 12 rodadas do Brasileirão. O time somou 10 vitórias e duas derrotas no período, obtendo 30 pontos (83,3% de aproveitamento), líder com vantagem de sete pontos para o segundo colocado.

A margem na liderança cresceu nos primeiros jogos sem Luís Castro. O Botafogo manteve o ritmo nas partidas com o interino Cláudio Caçapa e no início do trabalho de Bruno Lage, sem perder nenhuma outra vez até a 21ª rodada. A margem para o vice-líder chegou a 13 pontos no fim do primeiro turno.

A vantagem botafoguense derreteu na reta final do campeonato. O time acumulou tropeços, fechou o Brasileirão em sequência de 11 jogos sem vencer e acabou na quinta posição, seis pontos atrás do eventual campeão Palmeiras.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Com tornozeleira eletrônica, jogador brasileiro pode ser campeão após sair da cadeia Neymar afirma que jogará mesmo lesionado: "me sinto cada vez melhor" Ceará x Cruzeiro com exclusividade na RECORD neste sábado (29) Presidente da CBF rebate Abel sobre arbitragem: "Quando favorece não fala"