João de Deus é condenado a 118 anos de prisão por crimes sexuais

Publicado em 15/09/2023, às 17h11
Folhapress -

Yuri Eiras / Folhapress

O Tribunal de Justiça de Goiás condenou nesta sexta-feira (15) o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, a 118 anos, 6 meses e 15 dias de prisão, inicialmente em regime fechado, em três processos por crimes de estupro, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. A defesa afirma que pretende recorrer da decisão.

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Com essas condenações do juiz Marcos Boechat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia (GO), todas as 17 ações penais contra João Deus foram julgadas na primeira instância. O médium de 81 anos é acusado de abusar sexualmente de dezenas de mulheres durante supostos atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).

Somadas, as penas chegam a 489 anos e 4 meses de reclusão. Ele foi preso em 2018 e atualmente cumpre pena em prisão domiciliar. Indenizações por danos morais às vítimas também foram incluídas nas sentenças, em valores que chegam a R$ 100 mil.

O advogado Anderson Van Gualberto de Mendonça diz que a defesa ainda não foi notificada.

"A defesa técnica ainda não foi intimada das sentenças. Caso essas novas decisões adotem a metodologia das anteriores estarão fadadas à reforma pelos tribunais superiores, uma vez que estão em desacordo com a nossa legislação penal, em assim sendo, a defesa aguardará ser intimada para recorrer", afirmou o advogado.

De acordo com a Justiça de Goiás, os crimes cometidos por João de Deus que resultaram nas condenações desta sexta-feira envolvem 18 vítimas e aconteceram entre 2010 e 2017.

Ao todo, o médium foi denunciado por crimes praticados contra 66 vítimas e acabou condenado em 56 casos.

Os trabalhos do médium, que supostamente ofereciam cura, envolviam passes e cirurgias espirituais.

As primeiras denúncias surgiram em 2018, quando vítimas que procuraram João de Deus para atendimento espiritual disseram que tiveram partes íntimas do corpo tocadas pelo médium. Outras afirmaram que ele as teria obrigado a masturbá-lo ou a fazer sexo oral, sempre com o pretexto de estar realizando um trabalho de cura.

De acordo com a Justiça goiana, seis apelações feitas pela defesa de João de Deus já foram analisadas e parcialmente providas. Duas dessas apelações estão em recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e não foram julgadas.

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