Redação
Jovem e padre questionam versão da Polícia Civil sobre tentativa de estupro (Crédito: TNH1/Erik Maia)
A jovem de 17 anos que teria sofrido uma suposta tentativa de estupro em uma sala da Catedral Metropolitana de Maceió falou com a imprensa e contestou a versão divulgada pela Polícia Civil, de que tenha sofrido qualquer tipo de abuso sexual.
Ela informou que estava no salão principal da igreja, onde são realizadas as celebrações, coletando as intenções da missa, quando o homem, identificado pela Polícia como Calver da Silva Galvão, de 40 anos, lhe informou que não teria ido colocar uma intenção, mas teria ido lhe pedir um abraço.
“Ele quis me abraçar, acho que ele estava querendo me beijar, acho que ele tem problema, né? Ele não estava no dia bem e ele quis me beijar. Primeiro foi um abraço de fraternidade, né? Depois eu percebi que foi um abraço de desejo, mas eu consegui me soltar e me desesperei na hora porque isso nunca tinha acontecido comigo”, explicou a jovem.
A jovem disse não ter gritado pedindo socorro, mas informou que a reação de choro teria sido motivada por nervosismo. Ela disse que não conhecia o homem e que ninguém da igreja chamou a polícia ao local.
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“A polícia estava aqui na porta fazendo blitz, aí quando eu desci desesperada chorando a polícia me perguntou o que houve e eu disse, aí o policial disse que eu tinha que ir pra delegacia, foi quando eu disse: ‘Eu não quero ir’, mas ele disse que eu tinha que ir, aí eu fui forçada”, esclareceu a jovem que acredita que tudo não passou de um mal entendido, já que o suspeito não teria tentado nada além do abraço.
A jovem disse ainda que não chegou a ler o que foi noticiado pelo site da Polícia Civil, mas não concordou com que dois policiais integrantes da Oplit prestassem depoimento no caso. “Eles não viram nada, acho que só quem deveria ter prestado depoimento era eu”, concluiu.
O padre Lídio José Tenório, reitor e administrador da Catedral Metropolitana de Maceió, disse que não houve tentativa de estupro dentro das dependências da igreja e que as informações passadas pela Polícia Civil sobre o caso são falsas.
“Acho que é muito devaneio para se fazer um filme. Não teve gritos. Não teve nenhum escândalo. Eu estava para começar a missa e vi a moça que estava meio chorosa, meio chocada, e o namorado dela, que também é coroinha que também estava consternado por um fato que aconteceu aqui na igreja. Eles me direcionaram para um rapaz que teria molestado ela. Perguntei o que aconteceu e eles me explicaram que ele teria talvez tentado abraça-lá”, explicou.
O padre informou que Calver é frequentador da igreja e que, pelas informações que ele teria confirmado, é esquizofrênico e não teria tomado sua medicação naquele domingo, e que não estaria em seu estado normal. O padre diz ainda que o rapaz participou de parte da celebração dominical, mas que teria deixado a igreja durante a homilia, não ficando até o fim da missa.
O padre disse ainda que não há sala nem cadastros de moradores de rua acontecendo na Catedral. “Tudo isso é mentira. A gente não pode lidar com informações que não são fundadas. Não teve grito, não existe essa sala de atendimento a morador de rua, não tem inscrição de nenhum tipo de morador de rua”, disse o pároco.
Sobra à tentativa de estupro, Padre Lídio confirma que não ocorreu. “Não teve nada disso que foi noticiado. Não teve estupro. Claro que, pelo que eu soube, a moça ficou chocada, ficou traumatizada. Claro. A pessoa ter sido puxada e dizer que queria que ficasse com ele ali e tentar beija-lá pode chocar a qualquer pessoa”, defendeu.
Sobre o suspeito, o padre informou que soube pela mãe de Calver que ela havia entregue uma cópia do atestado que comprovaria que o filho sofre de esquizofrenia na Central de Flagrantes, motivo pelo qual a transferência dele para o Manicômio Judiciário já foi realizada, conformou confirmou o TNH1.
O padre disse ainda que câmeras de circuito interno, instaladas na Catedral para monitorar a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida à arquidiocese de Maceió podem ter registrado o fato e que irá tentar ter acesso às imagens, caso tenham sido gravadas.
O Coordenador da Oplit, Alfredo Pesser, disse que todas as informações noticiadas pela assessoria de comunicação da Polícia Civil são verdadeiras e que a vítima foi clara quando prestou depoimento na lavratura do flagrante. O coordenador disse ainda que caso haja a negativa do fato, a garota poderá ser indiciada por falsa comunicação de notícia crime.
O TNH1 tentou conversar com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, as informações foram divulgadas conforme relatos feitos por agentes da Oplit.
Assista à matéria do programa Fique Alerta, da TV Pajuçara:
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