Jovem perde prova do Enem para receber transplante de rim, na Paraíba

Publicado em 22/11/2018, às 13h17
Renan tem 17 anos | Reprodução / G1 PB -

Redação

Renan Andrade, um jovem paraibano de 17 anos, tinha um sonho: o de passar no vestibular e cursar arquitetura em uma universidade pública. Mas no segundo dia de provas do Enem, 11 de novembro, ele precisou faltar. É que o adolescente ia realizar outro sonho, o de voltar a ter uma vida plena, com saúde, os rins em funcionamento.

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Ele e outro jovem receberam transplantes de órgãos de uma mesma mulher que faleceu e teve os órgãos doados após autorização da família. Renan se internou no dia 11 de novembro e naquele mesmo dia recebeu o transplante. As informações são do G1 da Paraíba.

Renan descobriu a insuficiência renal crônica há um ano, sem sequer sentir dor. Durante exames de rotina, os médicos perceberam uma anemia. Quando os rins começaram a dar sinais de mau funcionamento, Renan já começou a hemodiálise.

No dia 11 de novembro, segundo dia de provas do Enem, recebeu a notícia de que deixaria para trás uma rotina de três dias por semana nas estradas entre Solânea e João Pessoa para o tratamento e voltaria à rotina normal. 

Renan estava na fila do transplante há sete meses. O pai fez todos os exames para ser o doador, mas não conseguiu. A mãe também fez e até iria conseguir dividir um dos rins com o filho, mas antes da cirurgia, que estava marcada para o dia 29 de novembro, uma nova doadora apareceu.

Mudanças com a doença

Sem sintomas, Renan mudou a rotina. Só podia consumir 1,3 litro líquido por dia. Fruta, no máximo três diariamente. Quando excedia a quantidade, passava mal. Apenas 7% dos dois rins funcionava. “Hoje eu tô bem melhor, posso tomar água à vontade agora”, fala Renan, e deixa escapar um sorriso.

A hemodiálise acontecia nas terças, quintas e sábado. A família saía de Solânea às 4h para chegar em João Pessoa por volta das 6h. Para conciliar os estudos, os professores repassavam o conteúdo para Renan quando ele chegava da hemodiálise, ele estudava, mas não ia para escola nos dias do tratamento.

Renan agora só quer agradecer, sabe que num “momento de dor, eles conseguiram salvar várias vidas”. O objetivo é se cuidar, se preparar para o Enem e voltar para a rotina. “Foi bom e ruim [perder a prova], mas tem vários outros anos para fazer. A prova dá pra se preparar de novo”, concluiu Renan.

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