Jovens mortos em suposta troca de tiros com a PM teriam problemas mentais

Publicado em 28/03/2016, às 12h07
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Redação

Familiares dos adolescentes Josivaldo e Josenildo Ferreira, mortos durante um suposto confronto com a polícia, contestaram na manhã desta segunda-feira (28) a versão dada pelos militares de que foram surpreendidos por tiros disparados pelos jovens. A família alega que eles não andavam armados e tinham problemas mentais.

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O caso ocorreu no conjunto Village Campestre, na parte alta de Maceió, na noite da última sexta-feira (25). Josivaldo e Josenildo, de 16 e 18 anos, teriam sido abordados por uma guarnição da Força Tática, do 5º Batalhão, em um ponto de ônibus e, segundo policiais, reagiram à abordagem. 

De acordo com o tio das vítimas, Cláudio Silva, os jovens estavam indo para a casa da madrinha quando ocorreu o fato. "Eles tinham problemas mentais e eram assistidos pela Pestallozzi", disse emocionado durante entrevista ao TNH1. "Nunca andaram armados e jamais se envolveram com nada ilícito, por isso estamos tão revoltados", disse Cláudio.

Ainda segundo a família, moradores do bairro ainda tentaram intervir na abordagem, por conta de possíveis excessos por parte da polícia. "Uma senhora nos procurou para dizer que pediu para não baterem tanto em nossos meninos, mas foi hostilizada pelos militares, que atiraram para o alto e afastaram os curiosos", contou o tio das vítimas.

No relatório de ocorrências emitido pela polícia no dia seguinte ao fato, os militares afirmam que receberam denúncia de que dois jovens estariam andando armados pela região. Ao chegarem ao local, teriam sido recebidos a tiros pela dupla, que foi atingida durante o confronto e morreu a caminho do Hospital Geral do Estado (HGE).

Ainda de acordo com os militares, foram apreendidas duas armas com os jovens: uma pistola PT-938 e uma espingarda artesanal de calibre 36. 

"Eles não saíam sem as carteirinhas da Pestallozzi e os celulares, mas, misteriosamente, esses itens não foram encontrados com eles", lamentou Cláudio Silva.

A família pretende denunciar o caso à Corregedoria da Polícia Militar ainda nesta segunda e será recebida pelo Secretário de Segurança Pública (SSP), Paulo Lima Júnior, amanhã, para pedir a investigação do fato.

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