Redação
O juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal, responsável por suspender a nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil, costumava publicar em suas redes sociais posicionamentos contrários ao governo federal.
Logo depois da decisão, divulgada nesta quinta (17) pela manhã, o juiz federal desativou sua conta pessoal no Facebook (https://www.facebook.com/itagiba.cattapretaneto). Por volta das 16h, no entanto, a página foi reativada.
Antes do perfil do magistrado ser desativado, ele compartilhou convocações do movimento "Vem pra rua", bem como do senador Ronaldo Caiado, para as manifestações contra Dilma Rousseff, Lula e o PT, realizadas no último domingo, 13.
Em outra postagem na rede social, datada em 26 de outubro de 2014, dia das eleição presidencial em que Dilma saiu vitoriosa, Itagiba surge com um adesivo do senador Aécio Neves no peito. "Missão cumprida", escreveu na legenda.
No último dia 9, o perfil também trazia comentários irônicos e acusações sobre Lula e sobre o Partido dos Trabalhadores, classificado em um dos posts como "a maior decepção da nossa história":
"Definido. O lula será ministro da pesca. Ele tem um barco, dois pedalinhos e, como todo pescador, mente pra caramba. Quem confirmou foi minha amiga Andréa Balsini Ghisi."
"O mau, velho e vergonhoso jogo sujo do PT. O que não conseguem cooptar, comprar, corromper, querem destruir."
"O lula vai ser ministro da justiça. Esculhamba de vez". Quando questionado por este comentário, o juiz disse que tudo não passou de uma brincadeira. "Essa postagem foi uma brincadeira, uma piada que coloquei, que eu espero que não seja levada a sério".
Sem conflito
Em entrevista à rádio BandNews FM, na tarde desta quinta, o juiz confirmou que esteve presente na manifestação contra o governo Dilma, mas que não vê nenhum "conflito" de interesses nisso.
Ainda segundo ele, a participação no protesto do último domingo foi motivado pela sua "indignação contra a corrupção".
"Qualquer juiz, qualquer ser humano sempre vai ter uma influência, vai agir de acordo com suas convicções políticas, religiosas, familiares. Quem julga não é uma máquina, é um ser humano", ressaltou.
LEIA TAMBÉM
Confira algumas das postagens do juiz:
LEIA MAIS