Júri do "cabo" Luiz Pedro: "Espero por isso há 11 anos", diz pai de vítima

Publicado em 22/09/2015, às 17h56
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Redação

Seu Sebastião não esconde ansiedade pelo julgamento de Luiz Pedro (Crédito: Arquivo/ TNH1)

“Há onze anos espero por este momento, ficar cara a cara com o homem que mandou matar meu filho. Estou muito confiante que a justiça será, enfim, feita”. Foi assim que Sebastião Pereira dos Santos se referiu ao julgamento desta quarta-feira (22), que irá decidir o futuro do acusado de planejar o crime, o ex-cabo da Polícia Militar Luiz Pedro. Carlos Roberto Rocha dos Santos foi morto em agosto de 2004 em um local desconhecido, após ter sido retirado à força da própria casa por quatro homens.

Com a voz embargada, seu Sebastião conversou com o TNH1 e não escondeu a ansiedade em estar presente no Júri, marcado para as 8h, no Fórum do Barro Duro, em Maceió. Apesar dos mais de dez anos passados desde que o filho foi morto, ele afirma que o convívio com o que ele chama de “falta de justiça” o faz lembrar do caso todos os dias.

“Não dá pra esquecer. É como se tivesse sido ontem. Não é da natureza um pai perder um filho assim. E, além de perder, não poder enterrá-lo. Até hoje não sei onde estão os restos mortais dele. Eu espero que amanhã tudo se encerre. Ele (Luiz Pedro) arquitetou tudo, e precisa pagar pelo que fez”, afirmou.

“A filha dele sofre muito”

À época do crime, a esposa de Carlos Roberto Estava grávida e deu à luz uma menina meses depois. Atualmente com onze anos, a criança, de acordo com Seu Sebastião, sempre faz menção ao pai, principalmente em datas festivas.

“É uma sensação muito ruim ter que conviver com esses questionamentos. Quando é aniversário dela, temos que escutá-la falando coisas como: só faltou meu pai aqui comigo”. Machuca vê-la sofrer assim”, finalizou.

O julgamento

O júri popular será presidido pelo juiz John Silas da Silva, titular da 8ª Vara Criminal. Além de Luiz Pedro, será julgado Rogério de Menezes Vasconcelos, um dos supostos executores do crime. Os Conselhos de Sentença dos julgamentos anteriores sobre o caso acolheram a tese do MP/AL e condenaram por homicídio qualificado Adézio Rodrigues Nogueira, Laércio Pereira de Barros, Náelson Osmar Vasconcelos de Melo e Leone Lima.

De acordo com o órgão ministerial, os homens faziam parte de uma organização criminosa chefiada e mantida por Luiz Pedro, que teria instituído o grupo para ostentar poder perante a população carente das áreas que pretendia dominar.

A suposta milícia privada tinha como atribuições a execução de pessoas que não atendessem às determinações do ex-parlamentar, a exemplo de usuários de drogas. O grupo acreditava que as mortes promoveriam a limpeza das localidades.


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