Lembra dele? Aposentado desde 2023, ex-jogador do CSA agora compete no tênis de mesa

Publicado em 01/10/2025, às 09h41
- Divulgação/CSA/Arquivo

UOL

Encantado com as conquistas de Hugo Calderano, Davi Vianna, de 12 anos, decidiu praticar tênis de mesa. Como forma de incentivo, o pai dele viu a chance de retornar à modalidade na qual já tinha sido campeão na infância. E foi assim que Rodrigo Pimpão, ex-atacante de CSA, Vasco e Botafogo, esteve novamente com uma raquete na mão.

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Pimpão voltou ao tênis de mesa após 27 anos e participou do Campeonato Paranaense — esteve entre os 120 inscritos na Categoria Absoluto F e ficou na fase 16ª. Aos 37, ele redescobriu a paixão pela modalidade.

Por causa do Calderano, dessa fase que está vivendo, meu filho se interessou por tênis de mesa e quis fazer. Ele sabia que eu já tinha feito, tinha visto fotos, minhas medalhas. Como forma de incentivo a ele, resolvi voltar e está sendo bem legal.

Muito antes de pensar em se tornar jogador de futebol, Pimpão foi líder do ranking geral de Santa Catarina e foi o quinto colocado na Copa Brasil de 1997. O desempenho foi até mesmo tema de notas em jornais locais — os recortes preservados por ele não deixam mentir —, com direito a celebração da prefeitura de Canoinhas, que o patrocinava.

Se David e Hugo Calderano, indiretamente, são os culpados pela volta à mesa, à época era Hugo Hoyama — dono de 10 medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos - quem fazia os olhos do pequeno Rodrigo brilharem.

Eu gostava muito do Hugo Hoyama, era quem eu acompanhava e um dos responsáveis por me fazer querer jogar tênis de mesa. Ele era a estrela da época. Inclusive, desejo uma pronta recuperação a ele.

Hoyama está internado após passar por uma cirurgia no coração, a qual foi submetido depois de sofrer um infarto.

Pimpão conta que, já nos tempos de jogador de futebol, vez ou outra, tinha a possibilidade de mostrar as habilidades com a raquete e bolinha. "Quando ficávamos concentrados em hotéis que tinha mesa, tinham alguns jogadores que falavam: 'aqui ninguém me vence'. Eu respondia: 'vamos ver, então'", lembra, aos risos.

O ex-jogador conta que surpreendeu os companheiros nos tempos em que atuou no futebol do Japão, país que tem o tênis de mesa como um dos esportes mais populares. Na 'Terra do Sol Nascente", ele defendeu o Cerezo Osaka e o Omiya Ardija.

Lá no Japão o pessoal ficou impressionado, e lá eles têm uma cultura muito forte no esporte. Me perguntaram como eu tinha aprendido a jogar e contei que tinha treinado quando era mais novo, conquistado medalhas... O pessoal achou super legal. Enquanto estive por lá, cheguei a visitar um centro de treinamento do tênis de mesa e pude ver a estrutura deles. Muito bacana.

O não tão novo mesa-tenista da praça admite que a veia competitiva também fala mais alto nesta volta ao esporte. Ele planeja participar das próximas etapas da temporada do tênis de mesa, tanto estadual quanto nacional. "Estava com meu ranking zerado, mas ganhei pontos agora e quero continuar a caminhada. Quem sabe, ser campeão. Ninguém entra em um torneio para perder".

O pós-carreira

Rodrigo Pimpão se aposentou dos gramados em 2023, pelo Marcílio Dias. Ao longo da carreira, que começou no Paraná, passou por clubes como Vasco, Botafogo, América-MG, CSA, Remo, América-RN, entre outros.

"Muitos jogadores, na reta final, já pensam no que fazer na aposentadoria. Alguns pensam em um caminho e depois mudam. Eu iniciei a faculdade de odontologia e, quando parei de jogar, pensei em estar no ramo. A minha esposa também é dentista. Entrei em uma sociedade com o meu irmão em uma clínica, mas, após um ano, entendi que não era bem o que eu queria. Um pouco depois, montei uma academia, a Uplay Bacacheri, que foi uma forma que encontrei de estar entre o esporte e a saúde".

Ele conta que, pouco após o adeus, se afastou do futebol. Nem mesmo assistia aos jogos na televisão, mas, devagar, voltou a acompanhar o esporte que lhe deu projeção nacional.

"Logo que parei de jogar, não acompanhava tão de perto. Depois, fui assistindo e acompanho com frequência, principalmente os clubes pelos quais passei e guardo um carinho".

Pimpão deu os primeiros passos no futebol no Paraná, ainda no futsal. O clube tricolor, porém, atravessa uma enorme crise e esteve sem divisão nacional nas últimas temporadas e amargou até mesmo um rebaixamento no Estadual.

O ex-jogador teve, por um período, uma parceria com o Gralha Azul. "O meu filho atua na série prata do futsal do clube. Eu os procurei para uma parceria para o futsal adulto e também abri as portas do recovery que temos aqui na academia em um período em que eles estavam com mais jogos, um calendário mais apertado. Sempre tentamos ajudar de alguma forma, até pela gratidão que tenho ao Paraná, por tudo que me proporcionaram".

Calderano que se cuide?

O sobrenome que ganhou o Brasil no futebol não é o usado no tênis de mesa: o Rodrigo Pimpão das camisas dos times que defendeu virou Rodrigo Vianna na do Duque de Caxias, clube paranaense onde treina atualmente. "Adotei o último nome e o Pimpão, que é o do meio, acabou não aparecendo", explica ele.

Mas se não está na camisa, ainda está na cabeça da torcida e amigos. Prova disso foram as brincadeiras que surgiram após publicar os registros em atuação no Campeonato Paranaense. "O pessoal começou a brincar e colocar 'Pimpanerano', uma mistura de Pimpão com Calderano", conta, gargalhando.

O que o Calderano está fazendo é extraordinário. Não à toa, até os asiáticos o estudaram para saber o que ele consegue fazer de diferente a ponto de vencê-los. Se um dia eu tiver a chance de jogar contra ele e conseguir fazer um pontinho, já está ótimo.

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