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Nesta sexta-feira (15), os irmãos Frank e Ronald De Boer completam 50 anos. O zagueiro Frank e o Meia Ronald marcaram época principalmente no Ajax, Barcelona e na Seleção Holandesa. Acima de tudo, irmãos que foram parceiros durante boa parte da carreira, jogando pelos mesmos clubes algumas vezes como por exemplo: Ajax, Barcelona, Rangers, Al-Rayyan e Al-Shamal
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FRANK DE BOER
Se você o visse em campo, com certeza diria que era o camisa 10, pois tinha passes e lançamentos magníficos. Porém, era mais comum o ver usando a três, quatro ou cinco. Assim, com uma técnica invejável para qualquer meia ou atacante, esse era Frank de Boer, o zagueiro que não chegava a ter 1,80m. O “camisa 10 da zaga” batia faltas diferente de seus companheiros de posição, não apelava para os “canhões”, batia com leveza e precisão. E quando o assunto tratado era defender, ele não deixava a desejar. Um zagueiro completo, talvez com a deficiência pela a altura, mas compensando em todo o restante, provavelmente merecia mais sorte na copa de 98, quando ficou marcado por um dos gols mais incríveis daquela copa – No lançamento para Bergkamp liquidar a Argentina.
RONALD DE BOER
O mais velho por questão de minutos, o meia e atacante diferente de seu irmão preferia “reger” o time com gols e assistências. Desde quando eram crianças, sempre quiseram jogar juntos e a forma encontrada foi um na defesa e o outro no ataque, tanto que foi assim durante toda a carreira. Nos titulares da maioria dos jogos de Barcelona, Ajax, Holanda, Rangers, Al-Rayyan e Al-Shamal, os dois estariam, claro, sempre que estiveram juntos. O meia ficou com o nome mais distante na história, pois, conviveu com um número grande de lesões. Entretanto, quem o viu em sua melhor forma sabia da sua qualidade para dar passes extraordinários e uma precisão incrível na hora de marcar.
INÍCIO DE CARREIRA
Nascidos na cidade de Hoorn, em 15 de maio de 1970, Frank e Ronald começaram na base do Ajax. O meia entrou antes, em 1983, e seu irmão em 1984. Entretanto, os dois subiram ao profissional juntos, com 18 anos. Os gêmeos conseguiram deixar o nome da família De Boer para sempre na história do gigante holandês numa das épocas de ouro da equipe de Amsterdã. O lendário 4 desde que subiu aos profissionais teve passagem ininterrupta de 10 anos pelo Ajax. Por outro lado, seu irmão ficou duas temporadas emprestado ao Twente.
1988 – 1991
A princípio, os irmãos não conseguiram de imediato a glória pelos Filhos dos Deuses, conquistando apenas um título nos três primeiros anos. Em um período de dominância do PSV, Frank e Ronald conquistaram apenas o holandês de 1989-90 com um ponto de vantagem para o rival. Esse campeonato teve como artilheiro justamente nosso baixinho, Romário.
A PRIMEIRA SEPARAÇÃO E MAIS DOIS TÍTULOS PARA FRANK
Ao começo da temporada de 1991-92, Ronald não estava sendo muito aproveitado quando assinou o empréstimo para a equipe do Twente até 92-93. Lá começou a se firmar como jogador, já que nos primeiros anos como profissional, jogou mais tempo saindo do que como titular. Pelos Reds, fez 52 jogos e 22 gols, e conseguiu sua primeira convocação para a seleção holandesa. Seu irmão que havia ficado, se tornou naqueles anos um dos grandes nomes da equipe. Conquistando a copa holandesa e a hoje Europa League ao lado de Van der Sar, Danny Blind, Davids, Seedorf, Bergkamp e Overmans.
1993 – 1999 A ÉPOCA DE OURO PARA OS DE BOER E O AJAX
Entre 1993 a 1999, os torcedores do Ajax viveram sua última época de conquistas e mais conquistas. Recheados de jogadores que hoje compõem as primeiras fileiras de grandes jogadores da história, os Lancieri venceram oito títulos, incluindo a sua última Liga dos Campeões. Foram 4 Eredivise, uma Copa da Holanda, uma UEFA Super Cup, a Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes (derrotando o imortal, Grêmio). No ápice de toda essa glória, a equipe tinha média de 23 anos e lotados de lendas. Na final da champions, contra o Milan, estavam em campo Van der Sar, Frank de Boer, Blind, Rijkaard, Seedorf, Davids, Litmanem, Overmans e Kluivert (timaço né).
SELEÇÃO HOLANDESA
Se os De Boer tiveram algum algoz em suas carreiras, esse algoz foram a Seleção Brasileira, em 1994 e em 1998, onde os Canarinhos eliminaram a Laranja Mecânica das copas. Em nove de julho de 1994, os irmãos eram reservas (Ronald entrou aos 20′) quando viram Romário, Bebeto e Branco os eliminarem nas quartas. Contudo, já em 1998, com os dois como titulares, a Holanda não vendeu barato a eliminação. Frank de Boer marcou como poucos conseguiram marcar Ronaldo Fenômeno (apesar de aos 1′ Ronaldo abrir o placar) e com o empate no tempo normal, a partida foi para os pênaltis, quando Ronald perdeu sua cobrança, dando fim ao jogo.
IDA AO BARCELONA
Após a copa de 98 e de muita polêmica depois das renovações de contratos dos De Boer serem anuladas, os irmãos partiram para a Catalunha. O Barcelona buscava uma reconstrução em seu time após anos de poucos títulos, entretanto, os irmãos conseguiram apenas uma La Liga para os Culés. Numa época onde Real Madrid e Valencia contavam com equipes muito qualificadas, o que impossibilitou grandes conquistas dos craques. Frank, apesar de algumas lesões, permaneceu por cinco anos vestindo a camisa azul e grená e é lembrado como um dos maiores zagueiros da história do clube, enquanto seu irmão ficou apenas dois anos e seguiu para os Rangers, da Escócia.
TEMPOS DIFÍCEIS E FIM DE CARREIRAS
Já com o meia na Escócia, o zagueiro e lateral foi pego no doping após uma partida contra o Celta, pelo uso de Nandrolana. Usou as pílulas depois das mesmas serem cedidas pela federação holandesa, portanto não sabia que nelas continham aumentos de testosterona, energia e recuperação física. Após sair do Barcelona em 2003, Frank jogou um ano pelo Galatasaray, depois voltou a jogar com seu irmão por Rangers, por Al-Rayyan e Al-Shamal. Frank encerrou sua carreira em 2006 enquanto seu irmão em 2008.
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