Lindbergh Farias: eventual governo Temer seria prejudicial aos trabalhadores

Publicado em 14/03/2016, às 19h38
-

Redação

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou nesta segunda-feira, 14, que uma parte do PMDB articula com a oposição um "acórdão" para retirar o mandato da presidente Dilma Rousseff e ainda "abafar" as investigações realizadas pela Operação Lava Jato. Em entrevista e no plenário do Senado, o petista disse que o impeachment de Dilma não tem base política e jurídica e criticou duramente um eventual governo comandado pelo hoje vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer, que seria prejudicial aos trabalhadores.

"O governo Temer não resolve crise alguma, seria um governo fraco também e que tem um programa econômico de retirada de conquistas, de direito de trabalhadores, ele está lá na "Ponte para o Futuro" (documento lançado pelo PMDB em novembro)", afirmou Lindbergh. "Vamos discutir com os trabalhadores o perigo que é um programa. Vamos politizar isso sim. Um governo do Temer com aquele programa, eu diria que é um desastre para o trabalhador brasileiro", acusou.

O senador do PT defendeu que o PMDB, em especial o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), precisa ter muita responsabilidade nesse momento de crise. Lindbergh disse custar a acreditar que haverá a adesão em bloco dos peemedebistas às teses do impeachment. Ele ressaltou que os manifestantes que participaram dos protestos no domingo não estavam lá para colocar Temer na Presidência da República.

O petista disse que o programa defendido pelos peemedebistas foi considerado muito radical e "muito liberal" pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele citou o exemplo, que consta do Ponte para o Futuro, que se refere à desvinculação de todas as receitas, que poderá ter uma "consequência desastrosa" para Estados e municípios, e a possibilidade de acabar com a política de valorização do salário mínimo. "Isso é programa para golpe, porque ninguém com esse programa seria eleito presidente da República", criticou.

Para Lindbergh, usar as pedaladas fiscais, instrumento que foi utilizado pelos governo FHC e Lula, para cassar a presidente é uma "forçação de barra". Ele disse que o problema é real. "Para eles (oposição) afastarem a presidente e ter um impeachment, eles têm que rasgar a Constituição. Esse é o ponto", reclamou.

O senador do PT disse que, embora admita o tamanho das manifestações contra o governo, duas principais lideranças tucanas - o senador Aécio Neves (MG) e o governador Geraldo Alckmin (SP) - foram alvos de protestos. Segundo ele, a queixa contra a classe política é generalizada e, se fosse possível, o povo mandaria todos os eleitos embora.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Homem morre após realizar canal dentário em clínica odontológica Promessa do turfe morre aos 16 anos após cair de cavalo no RJ Mulher é mordida por capivara e tem partes do corpo arrancadas Líder do PL na Câmara dos Deputados nega desvios de verbas