Maceió coordena censo sobre a saúde de travestis e transexuais

Publicado em 01/05/2018, às 15h51

Redação

Uma pesquisa está levantando dados sobre a saúde das pessoas travestis e transexuais de Alagoas. O Censo da População de Travestis e Transexuais do Estado de Alagoas, que está sendo realizado pela Coordenação da Diversidade Sexual da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), pretende reforçar o pleito de reabertura do ambulatório especializado em terapia hormonal no Hospital Universitário, fechado desde 2014.

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De acordo com o coordenador da Diversidade Sexual da Semas, José Roberto, a pesquisa atende um pedido do Comitê Integral da Saúde LGBT de Alagoas da Sesau e está sendo realizada apenas pela internet.

“O retorno do diálogo com o Hospital Universitário para retomada do atendimento do ambulatório para pessoas travestis e transexuais em Alagoas foi um pedido nosso junto com a ASTTAL, Provida, ACTTRANS, Conselho Municipal LGBTI + e a ONG AFINIDADES GLSTAL. Então, a direção do Hospital solicitou comprovação, por meio de relatório, de que existe demanda dessas pessoas para o retorno da atividade. A coordenação de Maceió se dispôs a fazer o Censo no âmbito estadual”, disse José Roberto.

O ambulatório especializado em terapia hormonal fechou as portas em 2014, alegando não haver demanda suficiente para manter o serviço. A unidade deve auxiliar, dentro dos parâmetros médicos, o acompanhamento da reposição hormonal, auxiliando o indivíduo na transição, como preparar para a retirada da mama, além do acompanhamento psicológico.

Através do link disponibilizado aqui, as pessoas travestis, transexuais e transgêneros podem se cadastrar, repassando informações sobre seu perfil social e de saúde. Estes dados vão servir de base para o relatório que será entregue ao Comitê no dia 16 de maio. “O questionário está disponível até o dia 10 de maio. Então, estamos divulgando o serviço para que as pessoas que se enquadrem neste perfil possam responder e contar novamente com um serviço tão importante”, reforçou o coordenador.

Atualmente, 37 pessoas já aderiam ao cadastro e a expectativa é de crescimento deste número. O relatório parcial aponta que 44% dos que já responderam a pesquisa residem em Maceió; 73% são homem transexual/transgênero; e 16% têm idade média de 20 anos.

O questionário abre ainda espaço para que as pessoas que devem ser beneficiadas com o retorno do serviço possam expor a importância de ser atendido em um ambulatório especializado. Um dos respondentes reforça que “seria bom ter um serviço voltado às necessidades das pessoas transgêneras, pois a maioria dos médicos não sabe como lidar com as nossas necessidades. Como precisamos de acompanhamento regular, é sempre um constrangimento ia ao médico. Além de que pessoas no início da transição não sabem aonde ir, ou como fazer”.

José Roberto ressalta também que o retorno do serviço pode evitar que problemas sérios de saúde pública, uma vez que a aplicação do silicone industrializado é uma prática ainda vivenciada e, em um futuro próximo, esse silicone pode deixar o indivíduo com sérios problemas de saúde, acometendo o sistema motor e vascular. “A gente entende que algumas pessoas sentem necessidade de tomar o hormônio, pela questão da reconfiguração do seu corpo. E que este hormônio sendo feito dentro de um ambulatório, onde tem a parte técnica e profissionais especializados para isso, é mais segurança para este público”, destacou o coordenador da pesquisa.

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