Mãe de ciclista atropelado reclama de conduta do motorista: “só estava preocupado com o carro”

O jovem Ryan Henrique Costa de Castro, de 18 anos, seguia pela Avenida Comendador Leão, no bairro do Poço, em Maceió, em sua bicicleta, na manhã de sexta-feira, 24. Ele, que estuda no Ensino Médio, estava indo para uma feira de empregos, onde deixaria currículos para sua primeira experiência profissional.

No entanto, o destino dele foi alterado por conta de um acidente de trânsito. Ryan foi atingido por um Fiat Argo de cor branca, que o arremessou por alguns metros e o fez se chocar contra um poste. A bicicleta dele foi parar um pouco mais distante. Segundo o relato de testemunhas à família, o som do impacto do rapaz no parabrisas chamou atenção de todos ao redor.

“Ele estava esperando para atravessar. Aí quando saiu, esse carro o atingiu. Me disseram que ele ‘voou’ que nem um boneco até o poste, que ainda tem a mancha do sangue dele lá, e no chão também. A gente viu isso hoje cedo”. O relato feito em entrevista ao TNH1 é da mãe de Ryan, Tatiane Nunes. O filho, assim como os outros cinco irmãos, moram com ela e o marido Daniel.

As imagens das câmeras de segurança que ela conseguiu, divulgadas pela reportagem no começo da tarde deste sábado, 25, mostram o resultado do impacto. No vídeo, é possível ver o jovem batendo no poste e a bicicleta “voando”. Veja a seguir:

“O homem que nos forneceu o vídeo, que inclusive ajudou a prestar assistência até o Samu chegar, disse que o motorista ficou estressado, perguntando quem é que ia pagar o prejuízo do carro dele. Tudo isso enquanto meu filho estava agonizando no chão. Ele teria ido embora depois que os socorristas chegaram. Até o momento, ele não procurou saber como o Ryan ficou, se sobreviveu. Nada”, lamentou Tatiane.

Segundo o boletim do HGE (Hospital Geral do Estado), Ryan deu entrada na unidade de saúde ontem, às 12h49. Ele está internado em estado grave na Área Vermelha, aos cuidados da equipe multiprofissional, e aguarda um leito na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) - sendo prioridade para a vaga.

“Ele [o motorista] foi um monstro! Só estava interessado no conserto do veículo dele. As pessoas que estavam perto e ajudaram ficaram irritadas com a falta de humanidade dele com o meu filho, principalmente por conta do estado em que ele ficou. Eu estou aqui angustiada, pedindo a Deus, para meu filho sair dessa”.

Tatiane também contou à reportagem que não teve tempo de registrar um boletim de ocorrência na delegacia, mas disse que, ainda neste sábado, deve fazer isso. “Fiquei desnorteada. Hoje que estou conseguindo assimilar o que aconteceu”.

O TNH1 não conseguiu contato com o motorista do Fiat Argo, para que pudesse contar a versão dele do ocorrido. O espaço segue aberto para uma manifestação posterior.